São Tarcísio
viveu em Roma por volta do ano 258 ou (263 e 275 d.C.) da era cristã.
O pouco que se sabe sobre ele vem da epígrafe em seu túmulo, escrita pelo Papa Dâmaso I, que foi papa no século seguinte ao que Tarcísio viveu.
É considerado o padroeiro dos coroinhas, acólitos e cerimoniários.
Tarcísio pertencia à comunidade cristã de Roma, era acólito, isto é, coroinha na igreja.
No decorrer da terrível perseguição do imperador
Valeriano, muitos cristãos estavam sendo presos e condenados à morte.
Nas tristes prisões à espera do martírio, os cristãos desejavam
ardentemente poder fortalecer-se com Cristo Eucarístico.
O difícil era
conseguir entrar nas cadeias para levar a comunhão.
Nas vésperas de
numerosas execuções de mártires, o Papa Sisto II não sabia como levar o
Pão dos Fortes à cadeia.
Foi então que o acólito Tarcísio, com cerca de
12 anos de idade, ofereceu-se dizendo estar pronto para esta piedosa
tarefa.
Relativamente ao perigo, Tarcísio afirmava que se sentia forte,
disposto antes morrer que entregar as Sagradas Hóstias aos pagãos.
Comovido com esta coragem, o papa entregou numa caixinha de prata as
Hóstias que deviam servir como conforto aos próximos mártires.
Mas,
passando Tarcísio pela via Ápia, uns rapazes notaram seu estranho
comportamento e começaram a indagar o que trazia, já suspeitando de
algum segredo dos cristãos.
Ele, porém, negou-se a responder, negou
terminantemente.
Bateram nele e o apedrejaram. Depois de morto,
revistaram-lhe o corpo, nada achando com referência ao Sacramento de
Cristo.
Seu corpo foi recolhido por um soldado, ocultamente cristão, que
o levou às catacumbas, onde recebeu honorifica sepultura.
Ainda se conservam nas catacumbas de São Calisto inscrições e restos
arqueológicos que atestavam a veneração que Tarcísio granjeou na Igreja
Romana.
Tarcísio foi declarado padroeiro dos coroinhas ou acólitos, que
servem ao altar.
Mais uma vez encontramos a importância da Eucaristia na
vida do cristão e vemos que os santos existem não para serem adorados,
mas para nos lembrar que eles também tiveram fé em Deus.
Eles são um
exemplo de fé e esperança que deve permanecer sempre com as pessoas.
Então, a exemplo de São Tarcísio, estejamos sempre dispostos a ajudar, a
servir. Se cada um fizer a sua parte realmente nos tornaremos um só em
Cristo.
Índice
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Patronato
São Tarcísio é o patrono dos Acólitos e Ministros Extraordinários da Eucarístia.
É também padroeiro dos operários que sofrem perseguições devido a suas crenças religiosas.
Tarcísio viveu em Roma por volta do ano 285 da era cristã. Quando um dia foi preso pelo Valeriano.
Festa
Sua festa é celebrada no dia 15 de agosto de cada ano.
Como esta data é reservada pelo calendário hagiológico à solenidade da Assunção de Maria, São Tarcísio não é mencionado neste calendário, apenas na Martiriologia Romana.
Representação na literatura e no cinema
Sua história foi documentada em dois livros:
- Perseguidores e Mártires de Tito Casini,
- e Fabíola (ou A Igreja das Catacumbas), escrito em 1854 pelo Cardeal Nicholas Wiseman.
A história de Fabíola foi levado as telas do cinema em 1949 num filme francês dirigido por Alessandro Blasetti.
A história de São Tarcísio foi filmada no Brasil pelo Pe. Antônio S.
Bogaz em 2010 no filme "Pão Divino - a Vida de São Tracísio" . Este
filme está disponível em DVD e foi produzido pela TV Século XXI da
Associação do Senhor Jesus a cargo do Pe. Eduardo Dougherty.
MAS DETALHES:
Segundo o
Calendário de S. Basílio, o corpo de Tarcísio foi sepultado no “Cemitério de
S.Calisto”, com Papa Estevão. Segundo Rossi e Maruchi, foi transferido para a
assim chamada “Cela Tricora”, em um sarcófago junto ao Papa Zefirino.
Paolo I
(V767), o levou para a Basílica de S. Silvestre, no Capitólio, juntamente com
outros corpos dos mártires.
Atualmente se encontra na Capela do Anjo da Guarda
(antes estava na atual capela de S.Domingos onde se conservava o Santíssimo).
Uma relíquia se conserva em um gracioso cofre na Capela do Instituto S. Tarcísio,
em Roma, na Via Ápia Antiga, 102.
Quem chega ao
interior do cárcere, observa um verdadeiro contraste com aquela algazarra
barulhenta da estrada. Ali reina paz, serenidade, alegria e júbilo; os muros de
pedra grega ecoam os cantos salmodiantes, entoados por Pancrácio e repetidos de
um lugar para outro.
Os prisioneiros do camerum respondiam aos irmãos em uma
alternativa de versos, tirados dos salmos, que eram naturalmente, sugeridos pela
circunstância.
Na vigília do dia
em que deviam lutar com as feras, que os dilacerariam, se lhes concedia uma
maior liberdade.
Era permitido aos amigos das vítimas escolher aqueles que
queriam para visitá-los, e os cristãos aproveitavam sabiamente desta permissão,
indo à prisão e recomendando-os às orações dos benditos seguidores de Cristo.
À
tarde, os condenados eram conduzidos à cena livre, isto é a um abundante e até a
um suntuoso banquete público.
A mesa era circundada por pagãos sempre curiosos
para ver como se comportariam e que aspecto assumiriam os combatentes no dia
seguinte.
Mas não percebiam nos cristãos nem ostentação insolente, nem a amarga
prostração dos condenados comuns.
Para aqueles comensais, o banquete era um
verdadeiro ágape ou festa do amor, já que eles procuravam a verdadeira alegria,
e a cena era animada por uma alegre conversão.
Enquanto os
perseguidores preparavam o banquete material das suas vítimas, a Mãe Igreja
preparava um banquete muito mais lauto para as almas de seus filhos, para enviar
à tarde, aos campeões de Cristo, um número de partícula do Pão da Vida,
suficiente para animá-los à manhã do dia destinado à luta.
Quando o Pão
Consagrado estava pronto, o celebrante se voltava ao altar, onde fora colocado a
Vítima Santa, para ver a quem devia melhor confiar.
São Tarcisio recebe as hóstias
Antes que algum pudesse se
oferecer, o jovem acólito Tarcísio (de 12 anos) se ajoelhou em sua frente, com
as mãos postas, prontas para receber o Sagrado Depósito.
Com o seu semblante
inspirando inocência, como aquele de um Anjo, parecia implorar para ser o
preferido, ou melhor, quase que pedindo este direito.
- “Tu és muito
jovem”, disse o bom celebrante muito admirado.
- “Padre, a minha
juventude será a melhor proteção. Oh! Não me negue esta altíssima honra!”.
Tinha
as lágrimas nos olhos e em sua face era um róseo de modesta emoção, enquanto
pronunciava as palavras. Erguia as mãos com tanto fervor e a sua oração era tão
cheia de paixão e de coragem que o celebrante não pode resistir.
Tomou os
Divinos Mistérios, delicadamente envolvidos em um pano de linho e depois enrolou
outro pano de linho, depositando entre as suas mãos dizendo:
- “Lembra-te,
Tarcísio, este tesouro é confiado aos teus cuidados. Evita os lugares públicos
durante o caminho, e recorda-te que as coisas santas não são dadas como alimento
aos cães, e que as pérolas não são feitas para os porcos. Cuidarás fielmente os
sagrados dons de Deus?”.
- “Morrerei antes
que não compra o meu dever” – respondeu o santo jovem, colocando junto a si o
alimento divino, e com serena reverência se colocou a caminho para cumprir a sua
missão.
Transparecia de seu
semblante uma graça não comum aos jovens de sua idade, enquanto enfrentava com
passos rápidos pelas estradas, evitando os pontos mais freqüentados e aqueles
mais desertos.
Quando estava perto
dos portões de um grande palácio, a proprietária, uma rica matrona sem filhos, o
viu e ficou fascinada pela sua beleza e pela doçura do seu semblante, enquanto
ele se apressava pelo caminho com os braços cruzados.
- “Espere um
momento, caro filho, disse, interceptando-lhe os passos – quem és? Diga-me, e
quem são os teus pais?”.
- “Meu nome é
Tarcisio e sou órfão, respondeu levantando os olhos sorridentes – não tenho
casa, a não ser uma que talvez te desagrade em eu dizer”.
- “Então vem
repousar na minha casa; tenho muito do que falar. Oh! Se tivesse também um filho
como tu!”.
- “Agora não posso,
senhora, agora não! Confiaram a mim uma sublime e sacra missão e não posso
perder um minuto, antes de tê-la executada”.
- “Então me prometa
de vir amanhã. Olha, esta é a minha casa”.
- “Se estiver vivo,
virei certamente”, disse o jovem, com um olhar inspirado que parecia lembrar
Patrícia, um mensageiro escolhido para das mais altas esferas sociais.
Ela o seguiu um
pouco com seu olhar e depois de haver refletido, decidiu segui-lo. Em seguida
escutou um grande estrondo interrompido por bandos de insolentes, e ela parou
até que ficou tudo em silêncio; depois retomou o seu caminho.
Entretanto,
Tarcisio, absorto nos mais altos pensamentos que não fossem a herança de
Patrícia, tinha apertado o passo e estava perto de uma praça, onde alguns
rapazes estavam jogando, apenas saídos da escola.
- “Falta mesmo um
rapaz para o nosso jogo. Onde o encontraremos?”, disse o chefe.
- “Oh! olha que
combinação”, exclamou outro – Eis Tarcisio, que não o vemos há muito tempo.
Antes era ótimo em toda espécie de jogo. “Vem, Tarcísio”, continuo apertando-lhe
o braço
- “Aonde vai com tanta pressa? Vem jogar conosco! Seja bom!”.
- “Não posso agora,
Petílio; não posso mesmo! Tenho uma grande e importante tarefa a cumprir”.
- “E então virás à
força” – disse aquele que havia falado por primeiro; um rapaz grande, estúpido e
prepotente, que logo se colocou sobre Tarcísio. “Sabe que não admito réplica
quando quero alguma coisa. Venha logo fazer parte do nosso jogo!”.
“Te suplico” –
disse o pobre menino, “deixa-me continuar meu caminho!”.
“Nada disso” –
rebateu o outro – Mas o que tens aí de tão precioso para levar com tanto cuidado?
Será uma carta? Não tem importância se chegar no seu destino, meia hora
depois.Dê para mim que guardarei com segurança até que terminemos de jogar”. E
estendeu a mão para tirar dele sacro depósito.
- “Não, não” –
disse o jovem, elevando os olhos para o céu.
- “Então quero ver
de que se trata” – insiste o outro em tom brusco – “quero saber em que consiste
este teu precioso segredo” e começou a maltratá-lo.
E logo se reuniu um grupo de
curiosos, perguntando do que se tratava.
Viram Tarcísio que, com os braços
cruzados, parecia animado por uma força sobrenatural para poder resistir a um
rapaz muito mais alto e maia forte do que ele, o qual queria ver o que Tarcísio
levava no peito. Parecia que sua força, seus empurrões, ponta-pé, não
produzissem algum efeito.
O pobrezinho suportava tudo sem murmurar, sem a mínima
tentativa de reação. Mas resistia corajosamente.
- “Mas o que é, de
que se trata?”, perguntavam os presentes. Quando, por acaso, si viu passar por
ali Fulvio e se ouviu um ajuntamento de curiosos em torno dos dois combatentes.
Logo reconheceu Tarcísio, tendo-o visto na festa da administração das Ordens
Sacras.
Quando algum do
bando vendo-o vestido melhor que os outros, fez a mesma pergunta, respondeu em
tom de desprezo, voltando-se a todos:
- “O que é? Não
estão vendo? É um burro cristão que leva os Mistérios. Não há necessidade de
mais nada”.
Fúlvio, que não
queria perder a jogada tão mesquinha, soube bem o efeito que as suas palavras
tinham produzido.
A curiosidade pagã
de ver desvelados os Mistérios cristãos e a querer conduzir os ultrajes eram
fomentados naquelas ações, e agora todos a uma voz pediram a Tarcísio para
entregar o que tinha guardado.
- “Nunca, até eu
esteja vivo”, foi a única resposta.
Um operário lhe deu um tremendo soco, que o
estonteou e o sangue começou a correr.
Seguiu uma verdadeira tempestade de
pancadas, até que pisado e maltratado, mas com os braços sempre apertando ao
peito, o rapaz caiu por terra.
O bando foi contra
ele, e houve quem, agarrando-o, estava já para tirar-lhe o tesouro, quando os
assaltantes sentiram um empurrão à direita e à esquerda de dois poderosos braços.
Do
grupo dos malvados, uns corriam até o final da praça, outros pulavam muros até
caírem por terra, e os outros retrocederam na frente de um centurião de forma
atlética, que foi a causa de uma rápida mudança da cena.
Apenas tinham
desocupado o terreno, ele se ajoelhou diante do jovenzinho e com os olhos cheios
de lágrimas, levantou o corpo maltratado e desmaiado, com a ternura de uma mãe,
e lhe pediu com a voz muito tenra:
- “Te fizeram muito
mal, Tarcisio?”.
- “Não pense a mim,
Quadrato”, disse o rapaz, abrindo os olhos e sorrindo – “eu carrego os Sagrados
Mistério, tome aos teus cuidados”.
O soldado tomou o
braço do rapaz com profunda reverência.
Era como se levasse não só a doce vítima
de um sacrifício jovem e as relíquias de um mártir, mas o mesmo Rei e Senhor dos
Mártires e a mesma Divina Vitima da salvação eterna. O rapaz apoiou confiante a
cabeça nos ombros do robusto soldado, sem diminuir um só instante o aperto fiel
ao tesouro. O soldado não sentia peso algum do duplo fardo bendito.
Ninguém ousou
impedir-lhe o passo, até que uma senhora foi ao encontro, olhando maravilhada.
Foi bem perto e observou atentamente o rapaz que ele apertava entre os braços.
- “Não é possível!
Exclamou aterrorizada – Este é o Tarcísio, o rapaz que vi há pouco, tão belo e
gentil? Quem o reduziu a este estado?”.
- “Senhora, disse
Quadrato – queriam matá-lo porque era cristão”.
A mulher olhou um instante o
semblante do jovenzinho, que abriu os olhos, sorriu e expirou. Daquele olhar
emanou um raio de fé. E ela se fez logo cristã.
O venerável
Dionísio, com os olhos velados de lágrimas, removeu as mãos do jovem e tirou o
Santo dos Santos.
Parecia a ele que agora Tarcísio se assemelhasse mais a um
anjo, dormindo o sono dos mártires, não como antes, quando estava ainda vivo.
Quadrato mesmo levou seu corpo mortal ao cemitério de Calisto, onde a vítima foi
sepultada entre a admiração dos seus companheiros de fé mais velhos do que ele.
Depois o S. Papa Damaso compôs uma inscrição:
Enquanto
um criminoso grupo de fanáticos
se
atirava sobre Tarcisio que levava a Eucaristia,
o jovem
preferiu perder a vida antes
que deixar
aos raivosos o Corpo de Cristo”,
para profaná-la.
A notícia de tudo
o que aconteceu chegou aos prisioneiros somente depois do banquete.
Talvez o medo de serem privados do
alimento espiritual que lhes daria força, foi o único motivo de perturbação,
mesmo se leve, da serenidade deles. Naquele instante entrou Sebastião e se deu
por conta que uma desagradável notícia havia chegado aos cristãos e percebeu do
que se tratasse.
Infundiu então coragem aqueles seguidores de Cristo. “E
assegurou-lhes que não seriam privados do alimento suspirado”.
A sua festa é celebrada do dia 15 de agosto.
Ele foi enterrado no cemitério de Callixtus e suas relíquias foram reclamadas
por São Silvestre.
Mais tarde as relíquias do santo foram trasladadas para a Capela de
Ângelo Custode em São Domenico Maggiore di Napoli, por ordem do Papa Inocêncio X,
durante a guerra de 1646.
Alem disto existe uma relíquia do santo na Capela do Instituto S Tarcísio em Roma, Via Appia Antica, 102.
ORAÇÃO
A SÃO TARCÍSIO
Glorioso
São Tarcísio, mártir da Eucaristia,
puro e humilde de coração,
rogo pela pureza de minha pobre alma
e de meu corpo.
Por vossa angélica
pureza, mártir de Cristo, rogo-vos que intercedas por mim
ante o
Cordeiro Imaculado: Jesus Cristo, e ante a Sua Mãe Santíssima, a
Virgem das Virgens,
e que me preservais de todo o pecado mortal.
Glorioso
São Tarcísio,
não permitas que eu seja manchado com alguma mancha
de impureza, mas quando me virdes em tentação ou perigo de pecar,
afastai do meu coração todos os pensamentos e afetos imundos e,
despertando em mim a lembrança da eternidade e de Jesus Cristo
Crucificado,
imprimi profundamente em meu coração o santo sentimento
do temor de Deus.
Inflamai-me no amor divino, para que, imitando-vos
aqui na terra, mereça gozar de Deus Convosco no Céu.
ORAÇÃO:
DEUS nosso
PAI, Vós nos dais o exemplo dos santos para que possamos sempre mais nos
assemelhar à imagem de vosso Filho e, um dia, habitar junto a Vós.
Concedei-me, por intercessão de São Tarcísio, vosso fiel servidor nesta
terra, a graça que hoje Vos peço (diga a graça que deseja).
Rezar, meditando nas palavras:
1 Pai Nosso, 3 Ave Marias 1 Glória ao Pai
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