São João Gualberto João Gualberto, membro da ilustre e nobre família dos Visdomini, nasceu por volta do ano 1000 na Itália, na região da Toscana, em Florença.
João Gualberto, segundo filho dos Visdonini, nasceu no ano de 995 em Florença. Foi educado num dos castelos dos pais, Gualberto e dona Villa. A mãe cuidou do ensino no seguimento de Cristo. O pai os fez perfeitos cavaleiros, hábeis nas palavras e nas armas, para administrar e defender o patrimônio e a honra da família.
Ainda jovem, cheio de energia e fortemente abalado emocionalmente pelo assassinato de seu irmão Ugo, assume com determinação e obstinação o empenho de vingar e defender a honra ultrajada de sua família.
Mas a harmonia acabou quando o primogênito da família foi assassinado. Buscando vingar o irmão, João Gualberto saía armado e com seus homens à procura do inimigo.
Na Sexta-Feira Santa de 1028, ele o encontrou vagando solitário, numa das estradas desertas da cidade. João Gualberto empunhou imediatamente sua espada, mas o adversário, desarmado, abriu os braços e caiu de joelhos implorando perdão e clemência em nome de Jesus.
Contam os biógrafos que, ouvido seu pedido em nome do Senhor, João Gualberto jogou a espada, desceu do cavalo e abraçou fraternalmente o inimigo.
No mesmo instante, foi à igreja de São Miniato, onde, aos pés do altar, ajoelhou-se diante do crucifixo de Jesus. Diz a tradição que a cruz do Cristo se inclinou sobre ele, em sinal de aprovação pelo seu ato. E foi ali que João Gualberto ouviu o chamado: “Vem e segue-me”.
Depois desse prodígio, ocorrido na presença de muitos fiéis, uma grande paz invadiu sua alma e ele abandonou tudo para ingressar no mosteiro beneditino da cidade.
Nos anos seguintes, João Gualberto tornou-se um humilde monge, exemplar na disciplina às Regras, no estudo, na oração, na penitência e na caridade. Só então aprendeu a ler e a escrever, pois para um nobre de sua época o mais importante era saber manusear bem a espada. Adquiriu o dom da profecia e dos milagres, sendo muito considerado por todos. Em 1035, com a morte do abade, ele foi eleito por unanimidade o sucessor, mas renunciou de imediato quando soube que o monge tesoureiro havia subornado o bispo de Florença para escolhê-lo como o novo abade.
Indignado, passou a denunciá-los e combatê-los, auxiliado por alguns monges. Mas as ameaças eram tantas que decidiu sair do mosteiro.
João Gualberto foi para a floresta dos montes Apeninos, numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa, sobre o verde Vale do Arno, seguido por alguns monges.
O local começou a receber inúmeros jovens em busca de orientação espiritual, graças à fama de sua santidade. Foi assim que surgiu um novo mosteiro e uma nova congregação religiosa, para a qual João Gualberto quis manter as Regras dos monges beneditinos.
No início, o papa aceitou com reserva a nova comunidade, mas depois a Ordem dos Monges Beneditinos de Vallombrosa obteve aprovação canônica.
Ordem Vallombrosa por sailko. Fresco de São João Gualberto, sentado com outros Santos Vallombrosianos por Neri di Bicci, Santa Trinita em Florença.
Dali os missionários, regidos pelas Regras da Ordem Beneditina reformada, se espalharam para evangelizar, primeiro em Florença, depois em várias outras cidades da Itália.
Seguindo com rigor a disciplina e austeridade às Regras da Ordem, João Gualberto implantou no Vale de Vallombrosa um centro tão avançado e respeitado de estudos que a própria Igreja enviava para lá seus padres e bispos para aprofundarem seus conhecimentos. Todos oravam e trabalhavam a terra, replantando os bosques do Vale e plantando o alimento do mosteiro, por isso são considerados precursores da agricultura autossustentável.
Considerado herói do perdão, João Gualberto fundou outros mosteiros, inclusive o de Passignano, na Úmbria, onde morreu no dia 12 de julho de 1073.
Nos séculos seguintes, esses monges se especializaram em botânica, tanto assim que foram convidados para fundar a cátedra de botânica na célebre Universidade de Pavia. Enquanto isto, as de Pádua, de Roma e de Londres buscavam naqueles mosteiros os seus mais capacitados mestres no assunto.
Canonizado em 1193, são João Gualberto foi declarado Padroeiro dos Florestais, pelo papa Pio XII, em 1951.
A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: São Jones, João Wall e Epifânia.
Os milagres foram atribuídos à grande fé de São João Gualberto.
Durante a fome, suas orações foram ditas para preencher o depósito vazio do mosteiro com tantas provisões que não só a Ordem foi alimentada, mas todos os pobres que se apresentaram foram embora com rações de sobra.
Em outra ocasião, quando ele encontrou um dos mosteiros muito rico (e, portanto, violava a austeridade da Regra Beneditina), ele rezava para que uma pequena corrente que escorria pelo prédio transbordasse e reduzisse suas riquezas.
Sem demora, o córrego destruiu o prédio, e os monges perceberam sua ganância. Mais uma vez, um convento foi saqueado incendiado pelos ladrões, que bateram e feriram os monges presentes. Ao chegar no convento, São João se alegrou. "Agora," ele disse, "vocês são verdadeiros monges".
São João Gualberto esmagando a simonia.
Ó Deus todo-poderoso e sempre vivo,
fonte de paz e amante da concórdia,
para viver é conhecer-te, servir-te é reinar;
Estabelece-nos no teu amor,
que pelo exemplo do abençoado abade São João Gualberto,
possamos vencer o mal pelo bem e as maldições por bençãos,
e assim obter de Ti o perdão e a paz.
ORAÇÃO
Deus, Pai de Misericórdia,
São João Gualberto, movido pela Vossa graça,
perdoou o assassino de seu irmão;
tende piedade de mim,
quando acho que perdoar as ofensas signifique fraqueza.
Tende piedade de mim e fazei que eu seja Luz e Sal para o mundo. Amém.
Amado São João Gualberto,
que soubestes perdoar ao assassino de vosso irmão,
intercedei por nossa Igreja.
Que a cada minuto de nossas vidas
sejamos ajudados pela misericórdia divina e por vós,
para que aprendamos também nós a graça do perdão.
Amém!
ORAÇÃO
Deus, nosso Pai, São João Gualberto, movido pela vossa graça, perdoou o assassino de seu irmão. E neste gesto de amor ele pôde experimentar a vossa presença libertadora. Senhor, tende piedade de nós, quando achamos que perdoar as ofensas signifique fraqueza; quando, esquecidos da vossa Palavra, queremos pagar o mal com o mal, multiplicando indefinidamente violência sobre violência; quando, esquecidos da nossa vocação à reconciliação, contribuímos para o agravamento do ódio, da violência, do individualismo, da discórdia, da vingança, das injustiças, das guerras, dos morticínios, das guerras religiosas e de toda sorte de fanatismo, colonialismo e imperialismos. Tende piedade de nós, quando nos eximimos de nossas responsabilidades de sermos luz, sal e fermento para o mundo; quando nos servimos da religião para os nossos próprios interesses. Tende piedade de nós, Senhor, porque não sabemos nem pedimos, com súplicas e orações, a graça de perdoar e de ser perdoados.
São Bento, lado direito, e São João Gualberto, lado esquerdo, de joelhos adorando à Santíssima Trindade
Vida de São João Gualberto
São João Gualberto, abade e fundador dos Vallombrosianos, é o Santo Padroeiro da floresta, da Guarda e Engenharia Florestal e da agricultura autossustentável.
Salmo 84(85)
O Senhor nos dará tudo o que é bom,*
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
–14 a justiça andará na sua frente *
e a salvação há de seguir os passos seus.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
ORAÇÃO PELAS FLORESTAS E AGRICULTURA
São João Gualberto, que fostes para a floresta dos montes Apeninos, e morastes numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa, sobre o verde Vale do Arno, seguido por alguns monges, e oravas e trabalhavas a terra, replantando os bosques do Vale e plantando o alimento do mosteiro, escutai a nossa súplica. Intercedas a Deus por nossas necessidades, que o Senhor abençoe nosso trabalho e nunca nos falte o alimento de cada dia. Que Deus, por tua intercessão abençoe, nossos campos e florestas, fazendo que os homens aprendam a cuidar da terra com respeito e sabedoria. Amém!
Salmo 84(85)
O Senhor nos dará tudo o que é bom,*
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
–14 a justiça andará na sua frente *
e a salvação há de seguir os passos seus.
– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.
Capela com relíquias de São João Gualberto
A PROVA DE FOGO OU JULGAMENTO DE DEUS, DA IDADE MÉDIA.
Na imagem acima, temos a representação da prova de fogo, também conhecida na Idade Média como julgamento de Deus. Esse julgamento consistia em que o acusado deveria entrar no fogo ou pôr a mão nele e se estivesse dizendo a verdade não se queimaria. Isso aconteceu com o monge Pedro Igneus, obedecendo a um pedido de São João Gualberto.
Em Florença o Bispo Pedro Mezzobarbo ou Pedro de Pavia, foi acusado publicamente de aquisição simoniacal da dignidade episcopal. Como ele negou a acusação e teve numerosos apoiadores, a polêmica causava intensa agitação em Florença. Os monges Vallombrosianos eram seus principais acusadores, e sobre a insistência das pessoas para realizar a prova de fogo, o julgamento de Deus, recorreram a São João Gualberto que designou para o teste Pedro Aldobrandini (chamado depois de Pedro Igneus), que se submeteu com sucesso a prova (1068), passando a receber o título de "Igneus". Este triunfo dos monges foi seguido pela confissão por parte do bispo dos pecados dele.
São João Gualberto esmagando simonia e o nicolaismo , Igreja de São Bartolomeu, em Badia, Ripoli, quadro de Agostino Veracini.
FONTE:
http://www.silvestropistolesi.it/it/vallombrosa.html