segunda-feira, 17 de julho de 2017

SANTO ALEIXO - PATRONO DOS VIAJANTES, PEREGRINOS, DOS QUE ESTÃO LONGE DA FAMÍLIA - 17 DE JULHO











Santo Aleixo nasceu em Roma, e era o único filho de uma família cristã rica e caridosa – seu pai era um patrício romano de nome Eufêmio e sua mãe chamava-se Aglais. Ele viveu durante o reinado do imperador Teodósio, o Grande, em 380 d.C.

Desde jovem ele desejava deixar o luxo e servir a humildemente a Deus, porém seus pais já haviam organizado seu casamento, como era de costume à época.



Casamento de Santo Aleixo





Após casar-se, durante sua noite de núpcias, antes de consumar o casamento, Santo Aleixo entregou um anel a sua noiva, dizendo-lhe “Guarde este anel e reze a Deus para que Ele esteja sempre conosco e Sua Graça nos traga uma nova vida”, e partiu da casa de seus pais em segredo em direção a Edessa. 









ele vendeu tudo o que tinha, distribuiu seu dinheiro aos pobres e viveu em mendicância por 18 anos, vivendo da caridade dos religiosos da igreja local, sempre rezando e participando da vida sacramental da Santa Igreja. Como era um homem de virtude e santidade, muitas pessoas vinham lhe procurar.

Posteriormente ele deixou Edessa, não desejando atrair fama ou reconhecimento para si. Sua intenção era ir até Tarso, para ficar na igreja de São Paulo, porém, o navio onde ele viajara foi desviado de sua rota por fortes ventos, e ele acabou aportando em outro local.







 Aleixo decidiu então retornar à casa de seu pai, porém, após tantos anos, estava irreconhecível. Eufêmio lhe deu um quarto próximo à entrada da casa, onde ele passou o resto de seus dias.

Novamente na casa de seus pais, o santo continuava a jejuar e passava dia e noite em oração. Ele sofria troças constantes dos empregados, e as aceitava humildemente sem reclamar. Além de tudo, seu quarto ficava próximo da janela do quarto de sua esposa, e seu choro lhe trazia muita tristeza. Apenas com sua fé e constante oração ele pode aguentar suas provações.







Quanto estava próxima a hora de sua morte, ele pediu um pergaminho e escreveu uma carta contando quem era e quem eram seus pais, pedindo perdão a eles a à sua esposa. 

No dia de sua morte, Deus falou ao bispo de Roma, Inocêncio (402-417) durante a Liturgia, citando Mateus 11,28 e dizendo “Encontre na casa de Eufêmio o homem de Deus que partiu para a vida eterna, e peçam-lhe para rezar por esta cidade.” 




O bispo partiu a procura do “Santo Homem”, mas quando o encontraram na casa de seu pai ele já havia falecido. Seu rosto exibia uma expressão de serenidade e suas mãos fechadas seguravam sua carta, que não pôde ser retirada por ninguém.







Após deitar seu corpo sobre uma cama e cobri-lo com tecidos finos, Inocêncio e a família de Eufêmio ajoelharam-se, pedindo ao santo para que abrisse suas mãos, no que suas preces foram atendidas. Ao ler a carta, todos se surpreenderam ao saber quem realmente era aquele mendigo tão humilde e bondoso.

Seu corpo foi então enterrado com todas as honras na Igreja de São Pedro, em Roma, sendo transladado em 1216 para a Igreja de São Bonifácio. 


Igreja de São Bonifácio e Santo Aleixo.


Interior da Igreja

De seu túmulo até hoje escorre óleo de mirra, cujas propriedades milagrosas já curaram as doenças de inúmeros fiéis.




No altar de Santo Aleixo, há uma escada que foi de sua cada


Oração: 
Deus nosso Pai vós sois aquele que tudo vê tudo escuta
tudo faz tudo cria revelando-se sem se mostrar. 
A exemplo de Santo Aleixo busquemos a simplicidade de vida
pois vós sois o Simples o Indivisível e somente os simples 
verão a vossa face única e verdadeira. 
Dai-nos a retidão no falar e no agir a compaixão no acolher e a 
dedicação em servir pois realizar essas coisas é participar das 
vossas bem-aventuranças por Cristo nosso Senhor.
 Amém
Santo Aleixo rogai a Deus Pai por todos nós 
Amém! 

















Santo Aleixo e São Bonifácio
















sexta-feira, 14 de julho de 2017

SÃO VLADIMIR - PRÍNCIPE DE KIEV - PATRONO DA RÚSSIA E DA UCRÂNIA - 15 DE JULHO








"E as nações dos salvos andarão à sua luz; 
e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra. "
Apocalipse 21,24



São Vladimir,também conhecido como Vladimir o Grande,  o velho eslavo do leste : Володимѣръ Свѧтославичь , Volodiměrъ Svętoslavičь ,  Velho nórdico Valdamarr gamli ; c. 958 - 15 de julho de 1015, Berestove ) foi um principe de Novgorod , grande Príncipe de Kiev e governante de Kievan Rus ' de 980 a 1015.


No final do século IX, o povo russo começava a viver sob a influência do Cristianismo, depois da conversão da futura santa Olga de Kiev. 

Neto de Santa Olga, Vladimir era o filho mais novo de Sviatoslav de Kiev, com sua empregada Malusha. Malusha, era uma profetisa que viveu até os 100 anos de idade e fora trazida de sua caverna ao palácio para prever o futuro. 

O irmão de Malusha, Dobrynya, era tutor de Vladimir e seu conselheiro mais fiel. Uma tradição hagiográfica, liga sua infância ao nome de sua avó, Olga Prekrasa, que era cristã e governava a capital durante as freqüentes campanhas militares de Esviatoslav, seu filho. 











Com a morte do pai, o príncipe Vladimir, hábil e audacioso, começou a governar as terras que herdara. Guerreou contra o irmão que estava em Kiev e o venceu. Subiu ao trono de Kiev em 980. No início, idólatra e animado por um zeloso ardor pelos deuses vikings, chegou a dedicar um templo ao deus do trovão e do relâmpago, Perun, onde sacrifícios humanos eram realizados. 

O príncipe levava uma vida devassa. Ao retornar de uma campanha vitoriosa contra os Jatvagues (983), ele decidiu dar graças aos deuses, por meio de um sacrifício. As vítimas escolhidas foram um mercador varegue, chamado Teodoro, e seu filho João, cristãos, parentes de sua avó Olga. As circunstâncias dessas mortes e a firmeza no testemunho da fé de ambos impressionaram Vladimir. 

A maneira como eles se entregaram à morte, surpreendeu o príncipe Vladimir, tocando-lhe, fortemente, a consciência. Após haver consultado seus conselheiros, ele enviou embaixadores a diversos países, para obter informações de como os povos viviam a religião.

 Quando os emissários, enviados à capital bizantina assistiram às diversas cerimônias que eram realizadas na Igreja de Santa Sofia, ficaram impressionados:

"Nós não conseguíamos entender se estávamos no Céu ou na Terra. Pois, não existe, aqui na Terra, um espetáculo como aquele, nem tamanha beleza. Nós não somos capazes de definir tal magnificência. Sabemos, apenas, que é lá que Deus vive com os homens e que sua cultura ultrapassa a de todos os outros países. Jamais esqueceremos o que vimos em beleza e compreendemos que, doravante, será impossível, para nós, viver na Rússia de forma diferente!" 

Convencido de que a glória manifestada através das celebrações e das liturgias era o resplendor da Verdade, o príncipe Vladimir decidiu tornar-se cristão. Aceitou a Fé Cristã e mudou completamente sua atitude. A mudança ocorreu de forma rápida, mas gradual. Primeiro, ordenou aos sábios da corte que viajassem a diversos países para verificarem qual era a religião verdadeira.

 Em seguida, chamou religiosos dos diversos países muçulmanos, judeus, budistas e cristãos. O próprio Vladimir questionou todos eles, ouvindo, atento, suas pregações. 






O que mais o impressionou foi o grego que pregou o evangelho de Cristo. Os sábios voltaram tocados pela graça, com toda a manifestação de fé em Cristo que viram em Constantinopla, no templo de Sofia. Então eles disseram a Vladimir: "Se a religião de Cristo não fosse a verdadeira, então sua avó Olga, que era sábia, não a teria aceitado". 










Vladimir começou a estudar o Evangelho e foi batizado em 989. Logo em seguida, recebeu o sacramento do matrimônio com a princesa Ana, filha de Basílio de Constantinopla. Desde então, chegavam cada vez mais sacerdotes missionários que percorriam seus domínios catequizando o povo e ministrando o batismo. 





São Vladimir acompanha o batismo do povo


O Cristianismo consolidou-se ainda mais quando Vladimir casou-se com a piedosa neta do imperador da Germânia, após o falecimento da princesa Ana. 

Modificando completamente seu caráter, e adotando a doçura e singeleza das atitudes evangélicas, Vladimir suprimiu a pena de morte e passou a levar uma vida agradável a Deus, que fez com que seu povo passasse a defini-lo como o "Sol resplandecente".





 Vladimir começou a destruir ídolos pagãos. O principal deles - Perun - foi amaldiçoado e jogado no rio Dnepr. 

 Ele substituiu os templos pagãos por Igrejas e mandou erigir um esplêndido santuário dedicado à Dormição da Mãe de Deus, exatamente no local onde foram martirizados São Teodoro e o filho, João. 








Vladimir morreu em Berestovo, perto de Kiev, em 1015. Seu corpo foi desmembrado em várias partes que foram distribuídas entre numerosas fundações sagradas onde são veneradas como relíquias. 







A Catedral de St Volodymyr , uma das maiores catedrais de Kiev, é dedicada a São Vladimir, o grande, como foi originalmente a Universidade de Kiev . 

A Ordem Imperial Russa de São Vladimir e o Seminário Teológico Ortodoxo de São Vladimir nos Estados Unidos também são nomeados após ele.

As igrejas romanas católicas e ortodoxas orientais comemoram no dia 15 de julho a festa de São Vladimir.







Monumento a São Vladimir em Moscou.




"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, 
batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;"
 Mateus 28,19



ORAÇÃO
Deus de misericórdia, 
que nos fortaleceis com o exemplo
e a proteção dos vossos Santos
 para avançarmos no caminho da salvação, 
humildemente Vos pedimos que, celebrando a
memória de São Vladimir,
 imitemos as suas virtudes para chegarmos
à glória do vosso reino. 
Por Nosso Senhor.
AMÉM!




Interior da Catedral de São Vladimir em Kiev










"O rei que julga os pobres conforme a verdade 
firmará o seu trono para sempre. "
Provérbios 29,14









"A memória do justo é abençoada,
 mas o nome dos perversos apodrecerá."
 Provérbios 10,7

quarta-feira, 12 de julho de 2017

SANTO HENRIQUE II - IMPERADOR ROMANO-GERMÂNICO - 13 DE JULHO

     











Santo Henrique II, primogênito do duque da Baviera, nasceu num belíssimo castelo às margens do rio Danúbio, em 973, e recebeu o mesmo nome do seu pai. 
Veio ao mundo para reinar, desfrutando de todos os títulos e benesses que uma corte imperial pode proporcionar ao seu futuro soberano, com os luxos e diversões em abundância. Por isso foi uma grata surpresa para os súditos verem que o jovem se resguardou da perdição pela esmerada criação dada por sua mãe.

Seu pai, antes conhecido como “o briguento”, abriu seu coração à orientação da esposa, católica fervorosa, que anos depois seu apelido foi mudado para “o pacífico”. Assim, seus filhos receberam educação correta e religiosamente conduzida nos ensinamentos de Cristo. Um dos irmãos de Henrique, Bruno, foi o primeiro a abandonar o conforto da corte para tornar-se padre e, depois, bispo de Augusta. Das irmãs, Brígida fez-se monja e Gisela, bem-aventurada da Igreja, foi mulher do rei Estêvão da Hungria, também um santo.

O príncipe Henrique, na idade indicada, foi confiado ao bispo de Ratisbona, São Wolfgang, e com ele se formou cultural e espiritualmente. 
 Desejoso de governar o povo com firmeza, benevolência e sabedoria, o jovem duque ia rezar com frequência junto à campa do antigo preceptor, São Wolfgang, pedindo-lhe ajuda para exercer seu cargo com perfeição. Certa noite, enquanto ali orava, o santo Bispo apareceu e lhe disse: “Olha atentamente as letras escritas no muro junto a meu túmulo”. Henrique, porém, conseguiu ler apenas estas palavras: “Depois de seis”.  Antes que lhe pudesse perguntar o significado daquilo, o bem-aventurado desapareceu.


Henrique julgou que morreria dali a seis dias, o que não ocorreu. Depois, achou que a morte o alcançaria dali a seis meses. Isso também não aconteceu. Mas, seis anos após o sonho, ele assumiu o trono da Alemanha, quando da morte de seu pai.




Coroa de Santo Henrique II. Munique


Por causa dos laços familiares, acabou sendo coroado também imperador de Roma, sendo consagrado pelo papa Bento VIII. Henrique II não poderia ter comandado o povo com mais sabedoria, humildade e cristandade do que já tinha.



Dalmática usada por Santo Henrique em sua coroação








Promoveu a reforma do clero e dos mosteiros. Regeu a população com justiça, bondade e caridade, frequentando com ela a santa missa e a eucaristia. Convocou e presidiu os concílios de Frankfurt e Bamberg. Realizou ainda muitas outras obras assistenciais e sociais.


A vida de Henrique foi um vaivém contínuo. Enganar-se-ia quem pensasse que, no cumprimento de seus absorventes deveres de soberano, não lhe restava tempo para as coisas de Deus. Era muito diligente para não deixar arrefecer sua piedade e a cada vitória aumentava sua gratidão para com Deus. Sempre disposto a sair a campo em defesa da Igreja, jamais lutou por uma glória pessoal. Além da Missa diária, fazia com frequência exercícios espirituais e tinha muita devoção a São Bento. Conta-se que rezando um dia, em Monte Cassino, foi miraculosamente curado de uma doença renal.

Ao mesmo tempo que defendia o povo e a burguesia contra os excessos de poder dos orgulhosos fidalgos, estabeleceu a paz com Roberto, rei da França. Com o fim da guerra, reconstruiu templos e mosteiros, destinando-lhes generosas contribuições para que se desenvolvessem e progredissem. 






Enfim, ao lado da esposa Cunegundes, agora santa, concedeu à população incontáveis benefícios sociais e assistenciais, amparando os mais necessitados e doentes. 

O casal chegou a fazer voto eterno de castidade, para que, com mais firmeza de espírito, pudessem dedicar-se apenas a fazer o bem ao próximo.





Henrique II morreu em 13 de julho de 1024 e foi sepultado em Bamberg. Foi canonizado em 1152, pelo papa Eugênio III. Talvez o rei são Henrique II seja um dos santos mais queridos da Alemanha, ao lado de sua esposa.

 Suas relíquias foram carregadas em campanhas contra exércitos heréticos em 1160. Sua tumba está na catedral de Bamberg.




Tumba de Santo Henrique e Santa Cundegundes




A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: Henrique I, Angelina de Marsciano e Joel






Oração:
 Ó Deus, Senhor Nosso, pela intercessão de Santo Henrique, peço-Vos que ilumineis a minha mente, purifiqueis meu coração e inflameis meu amor por Vós. Eu Vos louvo e Vos bendigo todos os dias de minha vida, ó Senhor. Amém.








HINO DO COMUM DOS SANTOS
VÉSPERAS I


Por obra e graça do Céu,
É sempre com alegria
Que as almas se fazem santas,
Sofrendo e amando.

Mais que todos os heróis,
Os Santos são mensageiros
Da verdade conseguida
Lutando e orando.

Vasos de ouro, hóstias de Cristo,
Os Santos, com sua vida,
Mudam a face da terra,
A Deus cantando.

Adoremos, com os Santos,
A Santíssima Trindade:
O Pai, o Filho, o Espírito,
Três vezes santo.











Leitura breve   (Filipenses 3, 7-8a):

Tudo o que para mim era lucro, considerei-o como perda
por amor de Cristo. Mais ainda: considero todas as coisas como
prejuízo, comparando-as com o bem supremo, que é conhecer
Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as coisas e
considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo.








OREMOS:
Senhor, só Vós sois santo e ninguém pode ser bom sem a
vossa graça: concedei-nos, 
por intercessão de SANTO HENRIQUE II, a graça
de viver de tal modo que mereçamos ser vossa morada.
 Por Nosso Senhor.
AMÉM!







domingo, 9 de julho de 2017

SÃO JOÃO GUALBERTO - PADROEIRO DA AGRICULTURA AUTOSSUSTENTÁVEL, DAS FLORESTAS E DOS FLORESTAIS - 12 DE JULHO











São João Gualberto João Gualberto, membro da ilustre e nobre família dos Visdomini, nasceu por volta do ano 1000 na Itália, na região da Toscana, em Florença. 

João Gualberto, segundo filho dos Visdonini, nasceu no ano de 995 em Florença. Foi educado num dos castelos dos pais, Gualberto e dona Villa. A mãe cuidou do ensino no seguimento de Cristo. O pai os fez perfeitos cavaleiros, hábeis nas palavras e nas armas, para administrar e defender o patrimônio e a honra da família.

Ainda jovem,  cheio de energia e fortemente abalado emocionalmente pelo assassinato de seu irmão Ugo, assume com determinação e obstinação o empenho de vingar e defender a honra ultrajada de sua família.










Mas a harmonia acabou quando o primogênito da família foi assassinado. Buscando vingar o irmão, João Gualberto saía armado e com seus homens à procura do inimigo.

Na Sexta-Feira Santa de 1028, ele o encontrou vagando solitário, numa das estradas desertas da cidade. João Gualberto empunhou imediatamente sua espada, mas o adversário, desarmado, abriu os braços e caiu de joelhos implorando perdão e clemência em nome de Jesus.

Contam os biógrafos que, ouvido seu pedido em nome do Senhor, João Gualberto jogou a espada, desceu do cavalo e abraçou fraternalmente o inimigo. 

No mesmo instante, foi à igreja de São Miniato, onde, aos pés do altar, ajoelhou-se diante do crucifixo de Jesus. Diz a tradição que a cruz do Cristo se inclinou sobre ele, em sinal de aprovação pelo seu ato. E foi ali que João Gualberto ouviu o chamado: “Vem e segue-me”. 




Depois desse prodígio, ocorrido na presença de muitos fiéis, uma grande paz invadiu sua alma e ele abandonou tudo para ingressar no mosteiro beneditino da cidade.

Nos anos seguintes, João Gualberto tornou-se um humilde monge, exemplar na disciplina às Regras, no estudo, na oração, na penitência e na caridade. Só então aprendeu a ler e a escrever, pois para um nobre de sua época o mais importante era saber manusear bem a espada. Adquiriu o dom da profecia e dos milagres, sendo muito considerado por todos. Em 1035, com a morte do abade, ele foi eleito por unanimidade o sucessor, mas renunciou de imediato quando soube que o monge tesoureiro havia subornado o bispo de Florença para escolhê-lo como o novo abade.

Indignado, passou a denunciá-los e combatê-los, auxiliado por alguns monges. Mas as ameaças eram tantas que decidiu sair do mosteiro.

João Gualberto foi para a floresta dos montes Apeninos, numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa, sobre o verde Vale do Arno, seguido por alguns monges. 






O local começou a receber inúmeros jovens em busca de orientação espiritual, graças à fama de sua santidade. Foi assim que surgiu um novo mosteiro e uma nova congregação religiosa, para a qual João Gualberto quis manter as Regras dos monges beneditinos.

No início, o papa aceitou com reserva a nova comunidade, mas depois a Ordem dos Monges Beneditinos de Vallombrosa obteve aprovação canônica. 





Ordem Vallombrosa por sailko. Fresco de São João Gualberto, sentado com outros Santos Vallombrosianos por Neri di Bicci, Santa Trinita em Florença.


Dali os missionários, regidos pelas Regras da Ordem Beneditina reformada, se espalharam para evangelizar, primeiro em Florença, depois em várias outras cidades da Itália.

Seguindo com rigor a disciplina e austeridade às Regras da Ordem, João Gualberto implantou no Vale de Vallombrosa um centro tão avançado e respeitado de estudos que a própria Igreja enviava para lá seus padres e bispos para aprofundarem seus conhecimentos. Todos oravam e trabalhavam a terra, replantando os bosques do Vale e plantando o alimento do mosteiro, por isso são considerados precursores da agricultura autossustentável.






Considerado herói do perdão, João Gualberto fundou outros mosteiros, inclusive o de Passignano, na Úmbria, onde morreu no dia 12 de julho de 1073.




 Nos séculos seguintes, esses monges se especializaram em botânica, tanto assim que foram convidados para fundar a cátedra de botânica na célebre Universidade de Pavia. Enquanto isto, as de Pádua, de Roma e de Londres buscavam naqueles mosteiros os seus mais capacitados mestres no assunto.

Canonizado em 1193, são João Gualberto foi declarado Padroeiro dos Florestais, pelo papa Pio XII, em 1951.

A Igreja também celebra hoje a memória dos santos: São Jones, João Wall e Epifânia.


Os milagres foram atribuídos à grande fé de São João Gualberto. 








Durante a fome, suas orações foram ditas para preencher o depósito vazio do mosteiro com tantas provisões que não só a Ordem foi alimentada, mas todos os pobres que se apresentaram foram embora com rações de sobra. 


Em outra ocasião, quando ele encontrou um dos mosteiros muito rico (e, portanto, violava a austeridade da Regra Beneditina), ele rezava para que uma pequena corrente que escorria pelo prédio transbordasse e reduzisse suas riquezas. 




Sem demora, o córrego destruiu o prédio, e os monges perceberam sua ganância. Mais uma vez, um convento foi saqueado incendiado pelos ladrões, que bateram e feriram os monges presentes. Ao chegar no convento, São João se alegrou. "Agora," ele disse, "vocês são verdadeiros monges".





São João Gualberto esmagando a simonia.

ORAÇÃO:

Ó Deus todo-poderoso e sempre vivo, 
fonte de paz e amante da concórdia, 
para viver é conhecer-te, servir-te é  reinar; 
Estabelece-nos no teu amor, 
que pelo exemplo do abençoado abade São João Gualberto, 
possamos vencer o mal pelo bem e as maldições por bençãos, 
e assim obter de Ti o perdão e a paz. 
Amém!



ORAÇÃO


Deus, Pai de Misericórdia, 
São João Gualberto, movido pela Vossa graça,
 perdoou o assassino de seu irmão; 
tende piedade de mim, 
quando acho que perdoar as ofensas signifique fraqueza. 
Tende piedade de mim e fazei que eu seja Luz e Sal para o mundo. Amém.

 Amado São João Gualberto, 
que soubestes perdoar ao assassino de vosso irmão, 
intercedei por nossa Igreja.
 Que a cada minuto de nossas vidas 
sejamos ajudados pela misericórdia divina e por vós,
 para que aprendamos também nós a graça do perdão.
 Amém!






ORAÇÃO

Deus, nosso Pai, São João Gualberto, movido pela vossa graça, perdoou o assassino de seu irmão. E neste gesto de amor ele pôde experimentar a vossa presença libertadora. Senhor, tende piedade de nós, quando achamos que perdoar as ofensas signifique fraqueza; quando, esquecidos da vossa Palavra, queremos pagar o mal com o mal, multiplicando indefinidamente violência sobre violência; quando, esquecidos da nossa vocação à reconciliação, contribuímos para o agravamento do ódio, da violência, do individualismo, da discórdia, da vingança, das injustiças, das guerras, dos morticínios, das guerras religiosas e de toda sorte de fanatismo, colonialismo e imperialismos. Tende piedade de nós, quando nos eximimos de nossas responsabilidades de sermos luz, sal e fermento para o mundo; quando nos servimos da religião para os nossos próprios interesses. Tende piedade de nós, Senhor, porque não sabemos nem pedimos, com súplicas e orações, a graça de perdoar e de ser perdoados.




São Bento, lado direito, e São João Gualberto, lado esquerdo, de joelhos adorando à Santíssima Trindade 


Vida de São João Gualberto



 São João Gualberto, abade e fundador dos Vallombrosianos, é o Santo Padroeiro da floresta, da Guarda e Engenharia Florestal e da agricultura autossustentável.


Salmo 84(85) 
O Senhor nos dará tudo o que é bom,* 
e a nossa terra nos dará suas colheitas; 
–14 a justiça andará na sua frente * 
e a salvação há de seguir os passos seus. 

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 

Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

ORAÇÃO PELAS FLORESTAS E AGRICULTURA


São João Gualberto, que  fostes  para a floresta dos montes Apeninos, e morastes numa pequena casa rústica encontrada na montanha Vallombrosa, sobre o verde Vale do Arno, seguido por alguns monges, e  oravas e trabalhavas a terra, replantando os bosques do Vale e plantando o alimento do mosteiro, escutai a nossa súplica. Intercedas a Deus por nossas necessidades, que o Senhor abençoe nosso trabalho e nunca nos falte o alimento de cada dia. Que Deus, por tua intercessão abençoe, nossos campos e florestas, fazendo que os homens aprendam a cuidar da terra com respeito e sabedoria. Amém!


Salmo 84(85) 
O Senhor nos dará tudo o que é bom,* 
e a nossa terra nos dará suas colheitas; 
–14 a justiça andará na sua frente * 
e a salvação há de seguir os passos seus. 

– Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * 
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.







Capela com relíquias de São João Gualberto








A PROVA DE FOGO OU JULGAMENTO DE DEUS, DA IDADE MÉDIA.

Na imagem acima, temos a representação da prova de fogo, também conhecida na Idade Média como julgamento de Deus. Esse  julgamento consistia em que o acusado deveria entrar no fogo ou pôr a mão nele e se estivesse dizendo a verdade não se queimaria. Isso aconteceu com o monge Pedro Igneus, obedecendo a um pedido de São João Gualberto.

Em Florença o Bispo Pedro Mezzobarbo ou Pedro de Pavia, foi acusado publicamente de aquisição simoniacal da dignidade episcopal. Como ele negou  a acusação e teve numerosos apoiadores, a polêmica causava intensa agitação em Florença. Os monges Vallombrosianos eram seus principais acusadores, e sobre a insistência das pessoas para realizar a prova de fogo, o julgamento de Deus,  recorreram a São João Gualberto que designou para o teste Pedro Aldobrandini (chamado depois de Pedro Igneus), que se submeteu com sucesso a prova (1068), passando a receber o título de "Igneus". Este triunfo dos monges foi seguido pela confissão por parte do bispo dos pecados dele.




São João Gualberto esmagando simonia e o  nicolaismo , Igreja de São Bartolomeu, em Badia, Ripoli, quadro de Agostino Veracini.




FONTE:
http://www.silvestropistolesi.it/it/vallombrosa.html