FOTO DA FESTA DAS SANTAS AURELIA E NEOMISIA NO BAIRRO MONTI EM ANAGNI , ITÁLIA
O Ofício próprio da Igreja da cidade de Anagni, Itália, comemora no dia 25 de setembro a festa das irmãs Aurélia e Nemésia, nascidas na Ásia Menor, e dedicadas desde a mais tenra idade à piedade. Tendo crescido em anos e virtudes, decidiram visitar os lugares santos da Palestina e peregrinar aos mais célebres santuários do Ocidente.
Em Roma, enquanto percorriam a Via Latina, foram surpreendidas pelos Agarenos, que, após terem devastado a Calábria e a Lucania, tinham assediado Cápua. Estes bateram nas jovens com varas e as deixaram quase sem vida. Mas um temporal furioso dispersou os perseguidores e as duas irmãs, livres, puderam seguir viagem. Nas redondezas de Anagni, se estabeleceram no povoado Macerata, aos pés da colina, e ali morreram em paz num 25 de setembro.
Seus corpos, venerados pelos habitantes do lugar, sepultados inicialmente em um oratório da aldeia, foram depois transportados ao cenóbio de Santa Reparata, próximo dos muros da cidade de Anagni.
O Bispo Romualdo, quando se encontrava em Anagni o Papa Leão IX, colocou-os na Catedral e, quando esta foi reconstruída pelo Bispo São Pedro de Salerno, foram colocados com honras na cripta de São Magno, perto dos despojos de Santa Secundina, sob o altar a elas dedicado.
O único texto conhecido dos Atos das duas santas está contido no códice Chigiano C. VIII. 235, escrito no início do século XIV. Barônio, que inseriu o nome das duas irmãs no Martirológio Romano, disse ter conhecimento dos Atos destas Santas, mas que ele estava corrompido. Os Bolandistas, que transcreveram aqueles Atos dos escritos de Constantino Caetani (atualmente na Biblioteca Alexandrina de Roma), o julgaram tão inseguro, que não mereciam ser publicados, e tiveram em conta algumas notícias relativas à transladação das relíquias das Santas.
SANTA NEOMISIA
SANTA AURELIA
Embora a qualidade da legenda revele uma composição literária de um hagiógrafo anônimo não preocupado com a averiguação, agora ainda menos possível, dos fatos da vida das suas irmãs, devemos reconhecer entretanto que ele procurou fixar cronologicamente a segunda transladação das relíquias e a sua definitiva deposição com referências a personagens conhecidos: o Bispo Romualdo e o Bispo São Pedro de Salerno (+ 1105).
As duas virgens são representadas nos afrescos do século XIII, na cripta da Catedral: ao lado de Nossa Senhora na abside atrás do altar a elas dedicado; novamente na parede esquerda ao lado do altar.
No nicho pintado por Giacomo de Guerra, em 1324, as duas santas irmãs flanqueiam o Bispo São Pedro de Salerno.
Parte considerável das relíquias de Aurélia e Nemésia se conserva em duas urnas mandadas executar, em 1903, pelo Bispo Antônio Sardi, e são expostas sobre o altar mor da Catedral no dia 25 de setembro, quando as Santas são festejadas.
A Catedral de Anagni
O início da construção da catedral de Anagni na sua forma atual se deve a São Pedro de Salerno, Bispo de Anagni de 1062 a 1105.
Sua cripta guarda um dos mais importantes ciclos afrescados da Idade Média italiana. São mais de 50 quadros, além de inúmeros frisos, que pertencem a um único projeto, obra de mestres e ateliês diversos. Ao ateliê do chamado Primeiro Mestre deve-se integralmente o ciclo apocalíptico, e é possível também que a ele tenha sido encomendada inicialmente a realização de todo o projeto. É plausível que tenha trabalhado na época de Inocêncio III (1198-1216), em linha com a sensibilidade e o magistério desse Papa.
AFRESCO DO NICHO DA CATEDRAL DE AGNANI.
SANTA AURÉLIA E SANTA NEOMÍSIA LADEANDO UM BISPO, AO CENTRO.
Oração:
Dai-nos ó Pai de bondade,
a coragem de dispor de tempo
e ânimo para buscar sua presença na minha vida.
Pela intercessão das santas Aurélia e Neomísia ajudai-me a caminhar sempre na direção do bem
e deixar de lado todo comodismo
que me impede de estar sempre ao seu lado.
Por Cristo Nosso Senhor.
Amém.
INTERIOR DA CATEDRAL DE AGNANI