segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

SANTO HILÁRIO DE POITIERS - 13 DE JANEIRO



Santo Hilário de Poitiers


Bispo de Poitiers, "Atanásio do Ocidente",

Confessor e Doutor da Igreja (Malleus Arianorum)

Nascimento ca. 300 d.C. em Pictavium, Gália (atual Poitiers, França)

Morte ca. 368 d.C. em Pictavium, Gália

Veneração por Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Comunhão Anglicana, Igreja Luterana, Igrejas Orientais

Festa litúrgica 13 de janeiro

14 de janeiro em alguns calendários e no Calendário romano geral pré-1970









Um dos santos padres da Igreja de Cristo, ele nasceu no ano de 315, em Poitiers, na França.

Buscava a felicidade; mas sua família, pagã, vivia segundo a filosofia hedonista, ligada ao povo grego-romano; ou seja, felicidade como sinônimo de prazeres, com puro bem-estar.

Então, aquele jovem dado aos estudos, se perguntava quanto ao fim último do ser humano; não podia acabar tudo ali com a morte; foi perseguindo a verdade.



O Espírito Santo foi agindo até ele conhecer as Sagradas Escrituras.

 O Antigo Testamento o levou proclamar o Deus uno, que merece toda a adoração.

Passando para o Novo Testamento, Santo Hilário foi evangelizado e, numa busca constante, ele se viu necessitado do santo batismo, entrar para Igreja de Cristo e se fazer membro deste Corpo Místico. Em 345, foi batizado.

Não demorou muito já era sacerdote e, depois, ordenado bispo para o povo de Poitiers.



Ele sofria com as heresias do arianismo.





 Santo Hilário, pela sua pregação e seus escritos, foi chamado "O Atanásio do Ocidente", porque ele combateu o Arianismo do Oriente.

No tempo em que o imperador Constâncio começou a apoiar esta heresia, Santo Hilário não teve medo das autoridades.

Se era para o bem do povo, ele anunciava com ousadia até ser exilado, mas não deixou de evangelizar nem mesmo na cadeia.




 Por conselho, o próprio imperador o assumiu de volta em 360, porque os conselheiros sabiam da grande influência desse santo bispo que não ficava apenas em Poitiers, mas percorria toda a França.



Ele voltou, convocou um Concílio em Paris, participou de tantos outros conselhos no ocidente, mas sempre defendendo essa verdade que é Jesus Cristo, verdadeiro Deus, verdadeiro homem.



Santo Hilário de Poitiers foi se consumindo por essa verdade.

Pelos seus escritos que chegam até o tempo de hoje, percebe-se este amor por Jesus Cristo.

Não só numa busca pessoal, mas de promover a salvação dos outros. No século IV, ele partiu para a glória.



Santo Hilário de Poitiers, rogai por nós!





Hilário de Poitiers (ca. 300 - 368 d.C.) foi um bispo na cidade romana de Pictavium, atual Poitiers, na Gália, e é um dos Doutores da Igreja.

Ele também é muitas vezes chamado de "Martelo dos Arianos" (em latim: Malleus Arianorum) e o "Atanásio do ocidente".

Seu nome vem da palavra grega para "feliz" ou "alegre".



Sua festa litúrgica no Calendário católico romano de santos é 13 de janeiro. No passado, como esta data era ocupada pela oitava da Epifania, sua festa foi movida para 14 de janeiro. Ela ainda é celebrada nesta data por tradicionalistas católicos.



Índice

 

1 Primeiros anos

2 Obra teológica

2.1 Tratado sobre a Santíssima Trindade

3 Combate ao arianismo

3.1 Teologia de Hilário

3.2 Expulsão de Milão

3.3 Crítica à Constâncio

4 Morte

5 Reputação e veneração

5.1 Estudo

6 Culto





 Primeiros anos

Hilário nasceu em Pictavium próximo ao final do século III d.C. Seus pais eram pagãos de certa distinção.

Ele recebeu uma boa educação, incluindo o que estava se tornando à cada dia mais raro no ocidente: algum conhecimento de grego.

Ele estudou, posteriormente, obras sobre o Antigo e o Novo Testamento, o que acabou resultando em sua conversão do Neoplatonismo para o Cristianismo, assim como as de sua esposa e filha (esta tradicionalmente conhecida como Santa Abra), e foi batizado por volta de 345 d.C, em momento de “intenso desejo, não só de compreender-lo, mas também de conhecê-lo”.



“ ...Com aqueles livros escritos por Moisés e os Profetas, que transmitiam a religião dos hebreus. Nestes o próprio Deus criador, dando testemunho de si mesmo, assim se expressava: Eu sou o que sou. [...] Isto dirás aos filhos de Israel, envio-me a vós aquele que é. (Ex 3:14). Fiquei cheio de admiração por tão perfeição definição de Deus que, de modo apto dava à inteligência humana o conhecimento da natureza divina. ”

— Tratado sobre a Santíssima Trindade, I 5, Hilário de Poitiers



Tão grande era o respeito que lhe tinham os habitantes de Pictavium que, por volta de 353 d.C., ainda um homem casado, ele foi aclamado bispo da cidade (o conceito de celibato clerical estava apenas começando a emergir no ocidente).

Naquela época, o arianismo ameaçava solapar a Igreja Ocidental e repeli-lo foi a grande tarefa de Hilário.

Um dos seus primeiros passos como bispo foi assegurar a excomunhão, por todos os que ainda eram ortodoxos na hierarquia galesa, de Saturnino, o bispo ariano de Arelate (atual Arles, na Provença), assim como de Ursácio e Valente, dois de seus proeminentes aliados.



Na mesma época, ele escreveu ao imperador Constâncio II um protesto contra as perseguições que os arianos vinham fomentando para esmagar seus oponentes (Ad Constantium Augustum liber primus, cuja data mais provável é 355 d.C.).

 Seus esforços não tiveram sucesso no começo, pois num sínodo na cidade de Biterrae (atual Béziers, no Languedoque), convocada em 356 d.C. pelo imperador Constâncio com o objetivo explícito de resolver as disputas em aberto, Hilário foi, por decreto imperial, banido, juntamente com Ródano de Toulouse, para a Frígia, onde ele passou quase quatro anos no exílio.








 












PROCISSÃO DE SANTO HILÁRIO







Obra teológica

Dali, ele continuou a governar a sua diocese, enquanto encontrava tempo para preparar as suas duas mais importantes contribuições para a teologia dogmática e polêmica: o De synodis ou De fide Orientalium ("Sobre os Concílios, ou a Fé dos orientais"), uma epístola endereçada em 358 d.C. para os bispos semi-arianos na Gália, na Germânia e na Britânia, expondo os verdadeiros pontos-de-vista (por vezes disfarçados em palavras ambíguas) dos bispos orientais durante a controvérsia ariana (ou controvérsia de Niceia, por ali ter se originado o arianismo); e a De trinitate libri XII ("Tratado sobre a Santíssima Trindade"), composta entre 359 e 360 d.C., na qual, pela primeira vez, uma tentativa teve sucesso em expressar, em latim, as sutilezas teológicas até então elaboradas nos textos em grego.

A primeira não teve uma boa recepção entre os seus partidários, que achavam que ele fora leniente com os arianos, ao que ele respondeu em sua Apologetica ad reprehensores libri de synodis responsa ("Apologia às repreensões a 'Sobre os Concílios'").



Seus repetidos e urgentes pedidos para uma discussão em público com seus oponentes, especialmente com Ursácio e Valente, se mostraram enfim tão inconvenientes que ele foi mandado de volta à sua diocese, onde ele provavelmente chegou por volta de 361 d.C., muito próximo da data de ascensão do imperador Juliano, o Apóstata.



Tratado sobre a Santíssima Trindade

Escrito em latim o De Trinitate ou Tratado sobre a Santíssima Trindade está subdividido em doze livros, organizados em pequenos capítulos. Compostos provavelmente durante o seu exílio.

Escrita por causa de sua aversão à política pró-ariana demonstrada pelo Imperador Constâncio II no sínodo de Béziers em 356 d.C. e recusada por Hilário.

Por isso, não se trata somente de um texto teológico, mas de uma crítica à formulação da Trindade professada pelo presbítero Ário e seus aliados, e contra a própria político-religiosa desenvolvida pelo imperador Constâncio II.



Não sabemos o título que Hilário conferiu a este livro. Segundo o bispo Jesuíta Luiz Francisco Ladaria, (apud. 1986, p. 10) estudioso dos escritos do bispo Hilário, a nomenclatura De Trinitate é encontrada em Venâncio Fortunato (Vita Hilarii. I, 14) e Cassiodoro (Institutiones I, 16). Adversus Arianos é o título que nos transmite Jerônimo (De Viris Illustribus, cap. 100).



Em estilo de diálogo, De Trinitate não é a apenas a reprodução em escrita de uma hipotética discussão oral entre o bispo Hilário e Ário, e deve ser analisada do ponto de vista literário.

No século IV d.C., os diálogos assumiram várias tipologias e funções. A tipologia da controvérsia dogmática é a presente no "Tratado sobre a Santíssima Trindade", tendo um caráter polêmico que às vezes assumia o título de altercatio (controvérsia).







 SANTO HILÁRIO LUTANDO COM OS ARIANOS







Durante a antiguidade tardia os conceitos de ortodoxia e heresia estavam vinculados aos processos de estigmatização imposto pelo grupo de maior poder naquele momento, Nicenos e Arianos moderados.

Logo a vitória de uma sobre o outro se relacionava muito mais a uma determinada distribuição de poder no seio da comunidade cristã do que uma suposta superioridade ontológica do seu argumento ou a uma fidelidade diante da revelação divina[8]. Claudio Moreschini e Enrico Norelli analisam que o bispo Hilário defendia que a fórmula do consubstancial (homoousios) ratificada no Concílio de Niceia em 325 e a teoria da “semelhante segundo a natureza” (homoiosios) sancionada no Concílio de Rimini em 359 d.C. se retamente entendidas, não entravam em conflito, nessa interpretação, o bispo de Poitiers traçava uma estratégia para se chegar a uma conclusão ortodoxa que estivesse cunhada entre as duas teorias trinitárias de maior poder durante a segunda metade do IV século.



Hilário utilizava como metodologia de analise dos textos bíblicos o método alegórico, entendendo que os escritos religiosos tinham um sentido literal e espiritual.

 Para Christopher A Hall a análise alegórica provinha do polo exegético de Alexandria (veja Escola de Alexandria), tendo como principal característica de sua metodologia a subordinação da história a um significado mais alto; o referencial histórico ficava em segundo lugar para o ensino espiritual pretendido pelo autor. Em seu primeiro livro, De Trinitate, o bispo de Poitiers enfatiza um debate discursivo, entre as fundamentações bíblicas de sua teoria, e a dos arianos.

Hall assinala que os arianos contrapunham o método alegórico, empregando em suas exegeses o método tipológico provindo do polo intelectual de Antioquia (veja Escola de Antioquia).


A tipologia tinha como característica uma criteriosa analise da linguagem bíblica, compreendendo a História humana, a partir dos escritos bíblicos.



Expulsão de Milão

Ele se ocupou por dois ou três anos no combate ao arianismo em sua diocese. Porém, em 364 d.C., estendendo seus esforços uma vez mais para fora da Gália, ele impediu Auxêncio, bispo de Mediolanum (atual Milão), um homem com conexões no topo da corte imperial, como sendo "heterodoxo".

Chamado a comparecer perante o imperador Valentiniano I em Mediolanum e lá reconfirmar suas acusações, Hilário ficou mortificado ao ver que o suposto herético dar todas as respostas corretas às questões que lhe fez. Sua denúncia de Auxêncio como sendo um hipócrita não o salvou da ignomínia de uma expulsão de Milão.













SANTO HILÁRIO PRESDINDO O CONCÍLIO













 Crítica à Constâncio

Após o Concílio de Constantinopla em 360 d.C., por volta de 365 d.C., ele publicou Contra Arianos vel Auxentium Mediolanensem liber em conexão com a controvérsia e também - talvez um pouco antes - Contra Constantium Augustum liber, em que ele afirmava que o imperador recém-falecido teria sido o Anticristo, um rebelde contra Deus, "um tirano cujo único objetivo tem sido dar de presente ao demônio o mundo pelo qual Cristo sofreu".

Neste controverso panfleto dirigido ao Imperador Constâncio II, ele é acusado de ser o mais cruel e perseguidor dos imperadores.

O bispo galês polemizava as ações do Imperador nos seguintes termos:



“ Eu grito em tua face, Constâncio, o que teria declarado a Nero, o que Décio e Maximiano teriam ouvido de minha boca: tu combates contra Deus, tu te desembestas contra a Igreja, tu persegues os santos os pregadores do Cristo, tu esmagas a religião, tirano não mais em matéria profana, mais em matéria religiosa. (...) tu te passa falsamente por cristão, tu que és o novo inimigo de Cristo; precursor do Anticristo. (...) tu inventas fórmulas de fé (...) tu substituis os bons bispos pelos maus. (...) tu superas o diabo e persegues sem martirizar ”

— Contra Constantium Augustum liber, Hilário de Poitiers



Gilvan Ventura da Silva  em seu livro intitulado “Reis, Santos e feiticeiros: Constâncio II e os fundamentos místicos da Basiléia 337-361” analisa que os ataques dirigidos pelo bispo de Poitiers à figura de Constâncio II, o apresentado ora como o filho ora como anjo de satã.

Sendo as ações do imperador o cumprimento da profecia evangélica anunciada por Jesus Cristo, segundo a qual haveria no futuro um tempo de renuncia da verdadeira doutrina em prol dos ensinamentos difundidos pelos falsos apóstolos.





SANTO HILÁRIO BATIZANDO SÃO MARTINHO DE TOURS




 Morte

Os anos finais de sua vida se passaram em comparativa paz, devotados em parte à preparação de suas exposições sobre os Salmos (Tractatus super Psalmos), pelo qual ele deve muito à Orígenes; de seu Commentarius in Evangelium Matthaei, uma exegese alegórica do primeiro Evangelho; e da hoje perdida tradução que fez dos comentários de Orígenes sobre o Livro de Jó.



No final de seu episcopado e com seu encorajamento, Martinho, o futuro bispo de Tours, fundou um mosteiro em Ligugé, em sua diocese.



Ele morreu em 368 d.C., embora nenhuma data exata seja confiável.






SANTO HILÁRIO ORDENANDO SÃO MARTINHO DE TOURS


 Reputação e veneração

Santo Hilário é considerado o maior entre os escritores latinos de sua época, antes de Santo Ambrósio.

Já tendo sido chamado por Santo Agostinho de "o mais ilustre doutor das igrejas", Hilário, por suas obras, exerceu uma crescente influência em séculos seguintes. Por obra do Papa Pio IX ele foi formalmente reconhecido como universae ecclesiae doctor (ou seja, Doutor da Igreja) no sínodo de Bordeaux em 1851 d.C.



 Estudo

Pesquisas recentes marcaram uma distinção entre o pensamento de Hilário antes do seu exílio na Frígia sob Constâncio e a qualidade de suas grandes obras posteriores.

Por Agostinho ter citado partes do comentário sobre a Epístola aos Romanos como tendo sido de "Sanctus Hilarius", ele já foi atribuído por diferentes críticos, em diferentes épocas, à quase todos os Hilários conhecidos.

Uma Vita de Hilário foi escrita por Venâncio Fortunato em ca. 550 d.C., mas não é considerada confiável, ao contrário das menções em Jerônimo (De Vir, 100), Sulpício Severo (Chron. ii. 39-45) e as próprias obras de Hilário.



Ainda que ele tenha seguido de perto dois grandes alexandrianos, Orígenes e Atanásio, respectivamente na exegese e na cristologia, sua obra mostra muitos traços de um pensamento vigoroso e independente.
 Culto

O culto de Santo Hilário se desenvolveu em associação com o de São Martinho de Tours como resultado da obra de Sulpício Severo, Vita Sancti Martini, que se espalhou rapidamente pela parte ocidental da Britânia.

As vilas de St Hilary, na Cornualha, Glamorgan e a de Llanilar, em Ceredigion, tem o nome do santo.



Na França, a maior parte das dedicações à Santo Hilário são encontradas no oeste (e norte) do Maciço central, de onde o culto eventualmente se espalhou também para o Canadá. No noroeste da Itália, a igreja de Sant’Ilario em Casale Monferrato foi dedicada já em 380 d.C.


FONTE:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hil%C3%A1rio_de_Poitiers

http://www.cancaonova.com/portal/canais/liturgia/santo/index.php?dia=13&mes=1













CONCEDEI-NOS, Ó DEUS TODO PODEROSO,
CONHECER E PROCLAMAR FIELMENTE A DIVINDADE DE VOSSO FILHO,
QUE FOI DEFENDIDA COM FIRMEZA
PELO VOSSO BISPO SANTO HILÁRIO.
POR NOSSO SENHOR JESUS CRISTO,
VOSSO FILHO,
NA UNIDADE DO ESPÍRITO SANTO.


SANTO HILÁRIO, ORAI POR NÓS!





























HILÁRIO COROADO BISPO
















 













































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