Nesta data as homenagens da Igreja estão voltadas para dois santos com o mesmo nome, Valério, e ambos bispos, mas viveram em séculos bem distantes:
1 - SÃO VALÉRIO DE TREVIRI
2- SÃO VALÉRIO DE RAVENA
1 - SÃO VALÉRIO DE TREVIRI
Uma tradição muito antiga nos conta que o bispo de Treviri, chamado Valério, foi discípulo do apóstolo Pedro. Este o teria consagrado bispo e enviado para evangelizar a população da Alemanha. Mas, isto não ocorreu, São Pedro testemunhou a fé pelo menos dois séculos antes.
São Valério realmente foi o bispo de Treviri e prestou um relevante trabalho de evangelização para a Igreja de Roma. Primeiro auxiliando Eucario, que foi o primeiro bispo desta diocese e depois colaborando com Materno, seu contemporâneo; os quais foram incluídos no Livro dos Santos, como grandes apóstolos da Alemanha.
Nos registros posteriores, revistos pelo Vaticano no final do primeiro milênio, onde foram narrados os motivos da santidade dos religiosos até então, encontramos o seguinte, sobre Valério: “converteu multidões de pagãos e operou milagres singelos e expressivos”.
Talvez o mais significativo, tenha sido quando Valério, trouxe de volta a vida do companheiro Materno com o simples toque do seu bastão episcopal.
Depois, o outro companheiro de missão, que já havia falecido, Eucario, o teria avisado em sonho que no dia 29 de janeiro ele seria recebido no Reino de Deus. Valério morreu neste dia de um ano ignorado, no início do século IV.
A fama de sua santidade aumentou com a sua morte e os devotos procuravam a sua sepultura para
agradecer ou pedir a sua intercessão.
O culto se intensificou com a construção de muitas igrejas dedicadas a São Valério, principalmente entre os povos de língua germânica.
Muitas cidades o elegeram como seu padroeiro.
As suas relíquias, conservadas numa urna de prata, se encontram na basílica de São Matias, na cidade de Treviri, atualmente chamada de Tries, na Alemanha.
A festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.
Reflexão:
A Igreja da Alemanha dedica muitas igrejas à memória de São Valério. Muitas cidades o elegeram como seu padroeiro. As suas relíquias, conservadas numa urna de prata, se encontram na basílica de São Matias, na Alemanha. Na devoção popular encontramos a certeza de que Valério foi um verdadeiro apóstolo de Cristo.
Oração:
Inspirai-nos, o Deus de amor, pela intercessão de São Valério,
o zelo pastoral pelos mais abandonados e necessitados de conversão.
Por Cristo nosso Senhor.
Amém.
2 - SÃO VALÉRIO DE RAVENA
Valério de Ravena morreu em 15 de março de 810. Mas ele passou a ser comemorado no dia 29 de janeiro, por ter sido confundido com Valerio de Treviri, que já tinha um culto cristalizado entre os peregrinos e devotos. O erro partiu de um copista do Vaticano, em 1286, que acreditou se tratasse de um santo só. Excluiu a festa de março e manteve no calendário da Igreja a data da comemoração mais antiga. E assim ficou.
Valério de Ravena sofreu fortes perseguições políticas até dentro do próprio clero. Mas o pior foi que, para agradar ao imperador Carlos Magno, que não simpatizava com ele, o bispo foi vítima de uma sórdida intriga política. No dia 8 de abril de 808, dia de Palmas, dois nobres procuraram Valério na cúria, conversaram com ele, que os acolheu e deu hospedagem. Participaram de todas as celebrações pertinentes à data e depois de almoçarem com o bispo, partiram agradecidos.
Depois, em troca de favores da corte, estes nobres mandaram uma carta ao papa Leão III, informando que durante a refeição, daquele dia, o bispo Valério, havia proferido palavras tão impróprias, que não poderiam ser repetidas nem por escrito.
Mais tarde, quando surgiram outras divergências políticas, o papa Leão III escreveu numa carta à Carlos Magno, que ele mesmo contestava a santidade do bispo e lhe contou sobre os dois condes.
Outras fontes históricas da Santa Sé, entretanto, comprovaram que o arcebispo de Ravena foi um pastor zeloso e batalhador pela causa da doutrina cristã, especialmente na luta contra a heresia ariana. Valério administrou a diocese de Ravena entre 788 e 810.
O arcebispo Simeão trasladou suas relíquias para a catedral, em 1222, concedendo uma indulgência especial à basílica de santo Apolinário, por “reverências ao bem-aventurado Valério”.
FONTES:
http://www.moselkern.pg-treis-karden.de/schutzpatronvaleriusmoselkern.html
http://www.bistum-augsburg.de/index.php/bistum/Heilige-des-Tages/Heilige/VALERIUS-VON-TRIER
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