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domingo, 7 de dezembro de 2014

A IMACULADA CONCEIÇÃO - 08 DE DEZEMBRO









A Imaculada Conceição é a concepção da Virgem Maria sem mancha do pecado original.

A festa da Imaculada Conceição, comemorada em 8 de dezembro, foi definida como uma festa universal em 1476 pelo Papa Sisto IV. A Imaculada Conceição foi solenemente definida como dogma pelo Papa Pio IX em sua bula Ineffabilis Deus em 8 de Dezembro de 1854.


O dogma diz que, desde o primeiro instante de sua existência, a Virgem Maria foi preservada por Deus, da falta de graça santificante que aflige a humanidade, porque ela estava cheia de graça divina. Também professa que a Virgem Maria viveu uma vida completamente livre de pecado.









A Imaculada Conceição está na Bíblia no trecho em queMaria é cumprimentada pelo Anjo Gabriel como "cheia de graça".   

A expressão “Cheia de Graça” consta no original grego vinda  do verbo karitou.  Esta palavra grega expressa a Graça de Deus em  sentido máximo, isto é, em toda sua plenitude. 


Não foi sem razão que São Jerônimo (séc. IV), o MAIOR ESPECIALISTA cristão nas línguas bíblicas, quando traduziu as Escrituras para o Latim (tradução conhecida como Vulgata), traduziu karitou por gratia plena.  

É claro que só pode ser cheia de graça quem foi agraciada, assim como só pode estar encharcada quem foi molhada. 

 Entretanto o termo “agraciada” não transmite a plenitude da Graça recebida por Nossa Senhora.  

  A utilização da palavra "agraciada" (Lucas 1,28) é muito vaga, não expressa o real valor da palavra grega.   

O uso do termo "agraciada" veio de Lutero, porém, o mesmo admitiu que só pôs assim por não achar melhor alemão.  O fato é que a palavra kekharitômenê não pode ser traduzida em nossa língua, nem no alemão, por uma única palavra, arriscando, com isso, não revelar seu verdadeiro valor.

Veja, por exemplo, São Jerônimo expert em grego, traduziu por "plena graça", forma , segundo alguns, mais adequada do que a que vemos atualmente nas Bíblias Católicas "cheia de graça".

A palavra tem um significado mais abrangente do que apenas agraciada.

Em sua Constituição Apostólica Ineffabilis Deus (8 de dezembro de 1854), que definiu oficialmente a Imaculada Conceição como dogma, o Papa Pio IX recorreu principalmente para a afirmação de Gênesis 3:15, onde Deus disse: "Eu Porei inimizade entre ti e a mulher, entre sua descendência e a dela", assim, segundo esta profecia, seria necessário uma mulher sem pecado, para dar a luz à Cristo, que reconciliaria o homem com Deus.






 O verso "Tu és toda formosa, meu amor, não há mancha em ti" (na Vulgata: "Tota pulchra es, amica mea, et macula non est in te"), no Cântico dos Cânticos (4,7) é usado para defender a Imaculada Conceição, outros versos incluem:
"Também farão uma arca de madeira incorruptível; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura." (Êxodo 25,10-11)

"Pode o puro[Jesus]Vir dum ser impuro? Jamais!"(Jó 14,4)

 
"Assim, fiz uma arca de madeira incorruptível, e alisei duas tábuas de pedra, como as primeiras; e subi ao monte com as duas tábuas na minha mão." (Deuteronômio 10,3)


 
Outras traduções para a palavras incorruptível ("Setim" em hebraico) incluem "acácia", "indestrutível" e "duro" para descrever a madeira utilizada. Moisés usou essa madeira porque era considerada muito durável e "incorruptível".

Maria é considerada a Arca da Nova da Aliança (Apocalipse 11,19) e, portanto, a Nova Arca seria igualmente "incorruptível" ou "imaculada".
















Desde o cristianismo primitivo diversos Padres da Igreja defenderam a Imaculada Conceição da Virgem Maria, tanto no Oriente como no Ocidente.

No século IV, Efrém da Síria (306-373), diácono, teólogo e compositor de hinos, propunha que só Jesus Cristo e Maria são limpos e puros de toda a mancha do pecado.

Já no século VIII se celebrava a festa litúrgica da Conceição de Maria aos 8 de dezembro ou nove meses antes da festa de sua natividade, comemorada no dia 8 de setembro.

 No século X a Grã-Bretanha celebrava a Imaculada Conceição de Maria.

A festa da Imaculada Conceição de 8 de dezembro, foi definida em 1476 pelo Papa Sisto IV.

A existência da festa era um forte indício da crença da Igreja de Imaculada Conceição, mesmo antes da definição do século XIX como um dogma.

Na Itália do século XV o franciscano Bernardino de Bustis escreveu o Ofício da Imaculada Conceição, com aprovação oficial do texto pelo Papa Inocêncio XI em 1678.

 Foi enriquecido pelo Papa Pio IX em 31 de março de 1876, após a definição do dogma com 300 dias de indulgência cada vez que recitado.











Maria foi preservada do pecado em vista dos méritos antecipados de seu Filho, "segundo o beneplácito da vontade de Deus" (Ef 1, 5), fazendo-a "santa e irrepreensível diante dele em amor "(Ef 1, 4)  pois desde o início do mundo o plano da salvação foi traçado de que a descendência da mulher esmagaria a cabeça da serpente, ou seja, o demônio e o pecado (Gen 3,15).

Deus fez da carne e do sangue de Maria um corpo para Ele mesmo em seu Filho, Jesus, dessa forma Maria não podia ter pecado e precisava ser uma mulher toda santa.

 Mesmo sendo preservada do pecado, Maria, assim como os anjos, deveria demonstrar sua fé e afirmar sua opção pela vontade de Deus, por isso, o Senhor enviou o Anjo Gabriel para anunciar-lhe o nascimento do Senhor. 

Naquele momento, Maria teve o seu direito de escolha, ela poderia ter demonstardo a falta de fé de Zacarias, castigado pelo Anjo Gabriel com a mudez: 


  Disse então Zacarias ao anjo: Como terei certeza disso? pois eu sou velho, e minha mulher também está avançada em idade. (...) 20 e eis que ficarás mudo, e não poderás falar até o dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo hão de cumprir-se. (Lc 1, 18.20)

 Maria escolheu não duvidar das palavras do Anjo por mais estranhas que parecessem e demonstrou sua fé na palavra de Deus:
  Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.(Lc 1,38)

Por isso Maria é "proclamada Bem-aventurada por todas as gerações" (Lc 1,48) da Igreja, pois creu "nas coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas " (Lc 1,45).

Maria é Santíssima, não só porque deu à luz o Filho de Deus, mas antes pelo fato de ter acreditado na Palavra de Deus e a vivê-la, por isso ela foi a predileta entre as  mulheres, como o próprio Jesus nos diz:


 Ora, enquanto ele dizia estas coisas, certa mulher dentre a multidão levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que te amamentaste.
28 Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam. (Lc 11, 27-28)

Maria, assim como Jesus (Heb 4,15), foi tentada, mas evitou o pecado (Lc 11, 27-28), daí ser coroada de doze estrelas (Apo 12,1) e ser a principal opositora ao demônio depois de Jesus (Gen 3,15; Apo 12,17), ela foi salva pela graça de seu Filho, pois foi unida a ele de um modo especial e predestinada desde o início dos tempos a fazer parte do plano de Deus (Gen 3,15;Is 7,14; Miq 5,2; Zc 2,14; Ef 1,4.11) colaborando com a salvação de toda humanidade (1 Cor 3,9).

Por isso, Maria é chamada de Santíssima, pois é Santa mais que todos os santos, pois nela habitou a plenitude da divindade, que é Jesus (Col 2,9)







Definição dogmática

Em 8 de dezembro de 1854, Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, fez a definição oficial do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Assim o Papa se expressou:








"Em honra da santa e indivisa Trindade, 
para decoro e ornamento da Virgem Mãe de Deus,
 para exaltação da fé católica,
 e para incremento da religião cristã, 
com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, 
e com a nossa,
 declaramos, pronunciamos e definimos
 a doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, 
no primeiro instante de sua conceição,
 por singular graça e privilégio de Deus onipotente, 
em vista dos méritos de Jesus Cristo, 
Salvador do gênero humano, 
foi preservada imune de toda mancha de pecado original,
 essa doutrina foi revelada por Deus
 e, portanto, deve ser sólida e constantemente crida
 por todos os fiéis."










Opositores cristãos usam o trecho de São Paulo (Rm 3, 23) para afirmar que Maria teve pecado como todos os homens. 

 Todos pecaram, mas Maria foi salva, como nós, porém, de um modo diferente, antes de nascer.   Foi salva antecipadamente, em previsão dos méritos de Cristo. 

Sim, pois Deus, que está fora do tempo e é onisciente – tem conhecimento de tudo! – sabia que Jesus, o Verbo, iria morrer pelos nossos pecados, e pelos méritos advindos de Seu sacrifício vicário no Gólgota, e, por essa presciência, por essa previsão, salvou, por aqueles mesmos méritos de Nosso Senhor, a Santíssima Virgem, ainda antes de ela ser tocada pelo pecado original, de modo a restar imaculada.


Além do mais, quando São Paulo escreveu todos, ele não pensou em incluir aí a Virgem Maria.  

Como quando ele disse " e todos estão destituídos da glória de Deus" (Rm 3, 23), nem todos o foram, pois devemos nos lembrar que Henoc e Elias também foram uma exceção a essa regra (Gen 5,24; 1 Re 2,11).


 Assim, "todos" nem sempre significa a humanidade inteira incluindo Maria, Henoc, e Elias.

São João diz: "se dizemos ter comunhão com ele  e andamos nas trevas, nós mentimos e não seguimos a verdade" (1 Jo 1,6).

Maria esteve em comunhão contínua com Jesus, Ele e ela foram um só ser durante sua gestação, e a luz (Jesus) não poderia ter comunhão com o pecado, logo Maria tem de ser luz para gerar a luz.














ORAÇÃO

Senhor nosso Deus, 
que, pela Imaculada Conceição da Virgem Maria, 
preparastes para o vosso Filho uma digna morada 
e, em atenção aos méritos futuros da morte de Cristo, 
a preservastes de toda a mancha, 
concedei-nos, por sua intercessão, 
a graça de chegarmos purificados junto de Vós. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
AMÉM

























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