terça-feira, 25 de novembro de 2014

SÃO PEDRO DE ALEXANDRIA, BISPO E MÁRTIR - 26 DE NOVEMBRO








O século III talvez tenha sido o mais trágico palco em que se desenrolou o drama da perseguição e extermínio de cristãos. O vilão desse drama era o imperador romano, tirano, cruel e violento. Defender o cristianismo, naqueles tempos, era atrair para si a ira dos poderosos, no mínimo a prisão e o trabalho escravo, quando não o exílio e, quase sempre, a morte. E assim, como o Povo de Deus nunca temeu sacrificar-se em nome da fé em seu Redentor, foi um tempo em que floresceram milhares de mártires.

Figuras da maior relevância pela inteligência, cultura e santidade perderam a vida em defesa de sua fé cristã, combatendo a ignorância pagã, instrumento de domínio dos mandantes. 








Papa São Clemente I e São Pedro de Alexandria.




Uma delas foi Pedro, patriarca de Alexandria, que foi consagrado no ano 300. Era admirado por todos de seu tempo, por seu vasto saber científico e filosófico e pelo profundo conhecimento das Sagradas Escrituras.

Sob sua responsabilidade estavam as igrejas do Egito, da Tebaida e da Líbia, todos territórios de muita perseguição ao seu rebanho. Mas quanto maior o perigo, mais firmeza demonstrava Pedro. Consolava os perseguidos, acolhia e protegia os que mais sofriam, dava exemplos diários de coragem e perseverança.

Porém o patriarca Pedro não enfrentou somente as feras do paganismo. 







Também teve de lutar contra as forças opositoras que surgiram dentro da própria Igreja cristã, corroendo-a internamente. Enfrentou tudo com tolerância e benevolência, mas com firmeza. Apenas exigiu que os bispos vivessem com o mesmo rigor a fé cristã e a mesma retidão de caráter e disciplina de vida que ele próprio se impunha, não almejando, apenas, posição e os bens materiais. 


Os bispos Melécio e Ário logo começaram um movimento radical contra ele, visando o seu afastamento e o seu posto episcopal. Pedro, então, convocou um Concílio e ambos foram afastados da Igreja. Aí começou a verdadeira guerra contra o patriarca.

Os dois bispos negaram-se a reconhecer o poder do Concílio, continuaram suas atividades episcopais e, em represália, passaram a pregar contra a Igreja. Isso causou um cisma na Igreja, isto é, uma divisão que durou cento e cinqüenta anos e que ficou conhecido como o "Cisma Meleciano". Então, denunciado por Ário, Pedro acabou preso e condenado à morte. Aliás, o imperador aproveitou-se da situação para eliminar aquela incômoda liderança e autoridade católica.




A antiga tradição diz que, na véspera da execução, Cristo apareceu-lhe numa visão, na forma de um menino que tinha a túnica rasgada de alto a baixo. Disse-lhe que o responsável por aquilo era Ário, que dividira sua Igreja ao meio.

 Assim, antes de morrer, ele viu sua doutrina confirmada. Foi decapitado em 25 de novembro de 311 por opor-se ao cisma de Melécio e pela fé em Cristo.

Ele é venerado como santo pelas Igrejas Copta, Católica, e Ortodoxa.



SUAS OBRAS

Pedro de Alexandria escreveu várias obras teológicas. Sua produção concentrou-se, especificamente, na crítica aos pensamentos de Orígenes. 

De suas obras, só conhecemos os títulos, como: Sobre a divindade, Sobre a vinda de nosso Salvador, Sobre a alma ("que combatia a tese platônica, retomada por Orígenes, da preexistência da alma em relação ao corpo" ) e Sobre a ressurreição ("talvez também esta polêmica em relação a Orígenes, de quem combatia a doutrina relativa à condição espiritual do corpo humano destinado a ressurgir" ), dentre outros.









MARTÍRIO

O historiador Severus de Ashmumeen, do décimo século, conta como o Patriarca teria sido preso durante a perseguição de Diocleciano. Quando o imperador foi informado sobre isto, ordenou que Pedro fosse decapitado. 

Isto foi impedido de imediato por um número grande de cristãos que se reuniram junto à prisão desejando morrer pelo seu Patriarca. 

Os soldados retardaram a execução, temendo um massacre da multidão ou criar uma revolta.

Pedro, temendo pela vida do seu povo, teria sugerido aos soldados um plano para tirá-lo da prisão através de um buraco na parede apontado por ele. Desta forma, ele poderia ser tirado para fora receber sua sentença.

Severus de Ashmumeen descreve o momento do martírio do Patriarca:

E ele vestiu o seu omofório e descobriu seu pescoço, que era puro diante de Deus, e disse a eles: 

"Façam como foi ordenado a vocês".










 Mas os soldados temeram que problemas surgissem por causa dele. Assim olharam um para outro, e nenhum deles ousou cortar a cabeça dele, por causa do medo no qual eles tinham caído.

 Então deliberaram e disseram: "Quem cortar sua cabeça receberá de nós cinco denários." 

Eles eram seis, e um deles tinha um pouco de dinheiro. Assim ele tirou cinco e vinte denários e disse: "O que subir até ele e cortar sua cabeça, receberá este dinheiro de mim e dos outros quatro." 

Assim um dos homens foi adiante, criou coragem e cortou a cabeça do santo mártir e patriarca Pedro; sendo aquele dia o 29º de Hatur.

Hatur é um mês do calendário copta, que corresponde aproximadamente a novembro. O martírio de São Pedro aconteceu no ano 311.







Data de comemoração

Tradicionalmente, no Cristianismo, o dia da morte de um santo torna-se o dia em ele é comemorado. A data de 29 Hatur corresponde a 25 de novembro no calendário ocidental. Para as Igrejas que seguem o calendário juliano tradicional, 25 de novembro atualmente cai no dia 8 de dezembro do calendário gregoriano moderno.





 
ORAÇÃO

Deus e Senhor de toda a criação, 
que quisestes contar entre o número dos mártires o bispo São Pedro de Alexandria,
 concedei-nos, por sua intercessão,
 que, tomando parte com ele na paixão de Cristo, 
ressuscitemos para a vida eterna. 
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, 
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amém











 
ORAÇÃO
Senhor, 
que hoje nos reunistes para venerar a memória do mártir São Pedro, Bispo de Alexandria, 
concedei-nos a graça de participar com ele na alegria da eterna felicidade. 
Por Nosso Senhor.
Amém













Rogai por nós, São Pedro de Alexandria,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo!

Amém




















Nenhum comentário:

Postar um comentário