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terça-feira, 19 de junho de 2012
SÃO TOMÁS MORUS OU THOMAS MORE - PATRONO DOS POLÍTICOS, GOVERNANTES, ESTADISTAS - 22 DE JUNHO
Thomas More, por vezes latinizado em Thomas Morus ou aportuguesado em Tomás Morus (Londres, 7 de Fevereiro de 1478 — Londres, 6 de Julho de 1535) foi homem de estado, diplomata, escritor, advogado e homem de leis, ocupou vários cargos públicos, e em especial, de 1529 a 1532, o cargo de "Lord Chancellor" (Chanceler do Reino - o primeiro leigo em vários séculos) de Henrique VIII da Inglaterra.
É geralmente considerado como um dos grandes humanistas do Renascimento.
Foi canonizado como santo da Igreja Católica em 9 de Maio de 1935 e sua festa litúrgica se dá em 22 de Junho.
Tomás
More nasceu em Chelsea, Londres, na Inglaterra, no ano de 1478.
Seus
pais eram cristãos e educaram os filhos no seguimento de Cristo. Aos
treze anos de idade, ele foi trabalhar como mensageiro do arcebispo de
Canterbury, que, percebendo a sua brilhante inteligência, o enviou para a
Universidade de Oxford.
Seu pai, que era um juiz, mandava apenas o
dinheiro indispensável para seus gastos.
Aos vinte e dois anos, já era doutor em direto e um brilhante
professor. Como não tinha dinheiro, sua diversão era escrever e ler bons
livros.
Além de intelectual brilhante, tinha uma personalidade muito
simpática, um excelente bom humor e uma devoção cristã arrebatadora.
Chegou a pensar em ser um religioso, vivendo por quatro anos num
mosteiro, mas desistiu. Tentou tornar-se um franciscano, mas sentiu que
não era o seu caminho.
Então, decidiu pela vocação do matrimônio.
Casou-se, teve quatro filhos, foi um excelente esposo e pai, carinhoso e
presente. Mas sua vocação ia além, estava na política e literatura.
Tomás Morus de vermelho escuro, ao lado do pai e seus descendentes.
Contudo Tomás nunca se afastou dos pobres e necessitados, os quais
visitava para melhor atender suas reais necessidades.
Sua casa sempre
estava repleta de intelectuais e pessoas humildes, preferindo a estes
mais que aos ricos, evitando a vida sofisticada e mundana da corte.
Sua
esposa e seus filhos o amavam e admiravam, pelo caráter e pelo bom
humor, que era constante em qualquer situação.
A sua contribuição para a
literatura universal foi importante e relevante.
Escreveu obras
famosas, como: "O diálogo do conforto contra as tribulações", um dos
mais tradicionais e respeitados livros da literatura britânica. Outros
livros famosos são "Utopia" e "Oração para o bom humor".
Em 1529, Tomás More era o chanceler do Parlamento da Inglaterra e o rei, Henrique VIII.
Em 1529, Tomás More era o chanceler do Parlamento da Inglaterra e o rei, Henrique VIII.
No ano seguinte, o rei tentou desfazer seu legítimo matrimônio com a rainha Catarina de Aragão, para unir-se em novo enlace com a cortesã Ana Bolena.
Houve uma longa controvérsia a respeito, envolvendo a
Igreja, a Inglaterra e boa parte do mundo, que acabou numa grande
tragédia.
Henrique VIII casou com Ana, contrariando todas as leis da
Igreja que se baseiam no Evangelho, que reconhece a indissolubilidade do
matrimônio.
Para isso usou o Parlamento inglês, que se curvou e
publicou o Ato de Supremacia, que proclamava o rei e seus sucessores
como chefes temporais da Igreja da Inglaterra.
A seguir, o rei mandou prender e matar seus opositores.
A seguir, o rei mandou prender e matar seus opositores.
Entre eles
estavam o chanceler Tomás More e o bispo católico João Fisher, as
figuras mais influentes da corte.
Os dois foram decapitados: o primeiro
foi João, em 22 de junho de 1535, e duas semanas depois foi a vez de
Tomás, que não aceitou o pedido de sua família para renegar a religião
católica, sua fé e, ainda, fugir da Inglaterra.
Ambos foram mártires na Inglaterra, os quais, com o testemunho
cristão, combateram a favor da unidade da Igreja Católica Apostólica
Romana, num tempo de violência e paixão.
Cela onde ficou preso, na Torre de Londres.
Suas lembranças continuam vivas
em verso e prosa, nos teatros e nos cinemas.
Seus exemplos são
reverenciados pela Igreja, pois eles foram canonizados na mesma
cerimônia pelo papa Pio XI, em 1935, que indicou o dia 22 de junho para a
festa de ambos.
São Tomás More deixou registrada a sua irreverência àquela farsa real por meio da declaração pública que pronunciou antes de morrer:
São Tomás More deixou registrada a sua irreverência àquela farsa real por meio da declaração pública que pronunciou antes de morrer:
"Sedes minhas testemunhas de que eu morro na fé pela fé da Igreja de
Roma e morro fiel servidor de Deus e do rei, mas primeiro de Deus. Rogai
a Deus a fim de que ilumine o rei e o aconselhe".
Tomás Morus e a filha , acredita-se , que mais gostava, margareth, se despedem antes do martírio.
O papa João Paulo II,
no ano 2000, declarou são Tomás More Padroeiro dos Políticos.
Sua trágica morte - condenado a pena capital por se negar a reconhecer Henrique VIII como cabeça da Igreja da Inglaterra, é considerada pela Igreja Católica
como modelo de fidelidade à Igreja é à própria consciência, e
representa a luta da liberdade individual contra o poder arbitrário.
Devido à sua retidão e exemplo de vida cristã, foi reconhecido como mártir, declarado beato em 29 de dezembro de 1886 por decreto do Papa Leão XIII e canonizado em 9 de maio de 1935 pelo Papa Pio XI. O seu dia festivo é 22 de Junho.
Deixou vários escritos de profunda espiritualidade e de defesa do magistério da Igreja.
Em 1557,
seu genro, William Roper, escreveu sua primeira biografia.
Desde a sua
beatificação e posterior canonização publicaram-se muitas outras.
Patrono dos políticos e dos governantes
Em 2000, São Thomas More foi declarado "Patrono dos Estadistas e Políticos" pelo Papa João Paulo II:
"Esta harmonia do natural com o sobrenatural é talvez o elemento que
melhor define a personalidade do grande estadista inglês: viveu a sua
intensa vida pública com humildade simples, caracterizada pelo
proverbial «bom humor» que sempre manteve, mesmo na iminência da morte.
Esta foi a meta a que o levou a sua paixão pela verdade. O homem não
pode separar-se de Deus, nem a política da moral: eis a luz que iluminou
a sua consciência. Como disse uma vez, "o homem é criatura de Deus, e
por isso os direitos humanos têm a sua origem n'Ele, baseiam-se no
desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-se-ia dizer,
com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de
Deus" (Discurso, 7 de abril de 1998).
É precisamente na defesa dos direitos da consciência que brilha com
luz mais intensa o exemplo de Tomás Moro.
Pode-se dizer que viveu de
modo singular o valor de uma consciência moral que é "testemunho do
próprio Deus, cuja voz e juízo penetram no íntimo do homem até às raízes
da sua alma" (Carta enc. Veritatis splendor, 58), embora, no âmbito da
acção contra os hereges, tenha sofrido dos limites da cultura de então."
Obras de More (editadas em várias línguas)
- The Workes of Sir Thomas More Knyght, sometyme Lorde Chauncellour of England, written by him in the Englysh tongue ("Trabalhos de Sir Thomas More" escrito em inglês). Ed. William Rastell, London, 1557.
- Thomae Mori Opera Omnia Latina. Lovaina, 1565. Reimpresso em Frankfurt, 1963.
- Um homem para todas as horas (Correspondência de Tomás Moro). The Correspondence of Sir Thomas More. Princeton: Elizabeth F. Rogers Edit., 1947.
- Thomas More's Prayer Book. Louis L. Martz & Richard S. Sylvester. New Haven, Connecticut, 1969.
- Diálogo da fortaleza contra a tribulação.
- A Agonia de Cristo.
- A Apologia.
- Um homem só (Cartas da torre).
- Os Novíssimos.
- Réplica a Martinho Lutero.
- Diálogo contra as heresias.
- Súplica das Almas.
- Refutação da Resposta de Tyndale.
- Debelação de Salem e Bizancio.
- Tratado sobre a Paixão de Cristo.
- Expositio Passionis.
- Tratado para receber o Corpo de Nosso Senhor.
- Piedosa Instrução.
- Orações.
- Epitáfio.
- Vida de Pico della Mirandola.
- História de Ricardo III.
- Utopia.
Relíquias
Os padres jesuítas
em Stonyhurst possuem uma notável colecção de relíquias secundárias, a
maioria das quais lhes chegou vindas do padre Thomas More, S.J.,
falecido em 1795,
o último herdeiro masculino do mártir.
Estas incluem o seu chapéu,
boné, crucifixo de ouro, um selo de prata, "George", e outros artigos.
A camisa de cilício
usada por ele durante muitos anos e enviada a sua filha Margaret Roper
na véspera do seu martírio, é preservada pelos agostinianos canoneses de
Abbots Leigh, Devonshire, onde foi levada por Margaret Clements, filha adotiva de Sir Thomas. Uma série de autógrafos e cartas estão no Museu Britânico.
São José Maria Escrivá, devoto de São Tomás Morus, diante do móvel usado para decapitá-lo.
Filme
Em 1966, foi feito o filme A Man for All Seasons, que no Brasil recebeu o título de O Homem que Não Vendeu sua Alma. O filme, de Fred Zinnemann, conta a história de Thomas Morus, desde o divórcio de Henrique VIII até a perseguição feita pelo rei a Thomas Morus. Thomas foi interpretado por Paul Scofield.
Tomás Morus diante da sentença
Tomás Morus preso
Tomás Morus e sua filha, antes do martírio.
ALGUMAS FONTES:
sexta-feira, 15 de junho de 2012
SÃO JOSÉ DE ANCHIETA - O APÓSTOLO DO BRASIL - 09 DE JUNHO
São José de Anchieta SJ (San Cristóbal de La Laguna, 19 de março de 1534 — Iriritiba, 9 de junho de 1597) foi um padre jesuíta espanhol, um dos fundadores de São Paulo e declarado beato pelo papa João Paulo II.
É cognominado de Apóstolo do Brasil.
É homenageado dando seu nome à Rodovia Anchieta construída pelo então governador Adhemar Pereira de Barros por onde passava o Caminho do Padre José de Anchieta.
Índice
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Biografia
Infância
Nascido na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, em 19 de março de 1534, era filho de Juán López de Anchieta, um revolucionário que tomou parte na revolta dos Comuneros contra o Imperador Carlos V na Espanha e um grande devoto da Virgem Maria.
Juán era aparentado dos Loyola, daí o parentesco de Anchieta com o fundador da Companhia de Jesus, Inácio de Loyola.
Sua mãe chamava-se Mência Dias de Clavijo y Llarena, natural das Ilhas Canárias, filha de judeus cristãos-novos.
O avô materno, Sebastião de Llarena, era um judeu convertido do Reino de Castela.
Dos doze irmãos, além dele abraçaram o sacerdócio Pedro Núñez e Melchior.
Juventude
Anchieta viveu com a família até aos quatorze anos de idade, quando se mudou para Coimbra, em Portugal, onde foi estudar Filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra.
A ascendência judaica foi determinante para que o enviassem para estudar em Portugal, uma vez que na Espanha, à época, a Inquisição era mais rigorosa.
Ingressou na Companhia de Jesus em 1551 como irmão.
Atuação no Brasil
Tendo o padre Manuel da Nóbrega, Provincial dos Jesuítas no Brasil, solicitado mais braços para a atividade de evangelização do Brasil (mesmo os fracos de engenho e os doentes do corpo), o Provincial da Ordem, Simão Rodrigues, indicou, entre outros, José de Anchieta.
Anchieta, que padecia de "espinhela caída", chegou ao Brasil em 13 de junho de 1553, com menos de 20 anos de idade, com outros padres como o basco João de Azpilcueta Navarro.
Noviço, veio na armada de Duarte Góis e só mais tarde conheceria Manuel da Nóbrega,
de quem se tornaria particular amigo.
José de Anchieta recebe a bênçao de Padre Manuel da Nóbrega
José de Anchieta recebe a bênçao de Padre Manuel da Nóbrega
Nóbrega lhe deu a incumbência de
continuar a construção do Colégio e foi a partir deste que Anchieta
abriu os caminhos do sertão, aprendendo a língua tupi e compondo a primeira gramática desta que, na América Portuguesa, seria chamada de "língua geral".
No seguimento da sua ação missionária, participou da fundação, no planalto de Piratininga, do Colégio de São Paulo, do qual foi regente, embrião da cidade de São Paulo, junto com outros padres da Companhia, em 25 de janeiro de 1554.
Esta povoação contava, no primeiro ano da sua existência com 130 pessoas, das quais 36 haviam recebido o batismo.
Sabe-se que a data da fundação de São Paulo é o dia 25 de janeiro por
causa de uma carta de Anchieta aos seus superiores da Companhia de
Jesus, na qual diz:
A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo, e, por isso, a ele dedicamos nossa casa! |
O religioso cuidava não apenas de educar e catequizar os indígenas,
como também de defendê-los dos abusos dos colonizadores portugueses que
queriam não raro escravizá-los e tomar-lhes as mulheres e filhos.
Esteve em Itanhaém e Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, na quaresma que antecedeu a sua ida à aldeia de Iperoig, juntamente com o padre Manuel da Nóbrega, em missão de preparo para o Armistício com os Tupinambás de Ubatuba (Armistício de Iperoig).
Nesse período, em 1563, intermediou as negociações entre os portugueses e os indígenas reunidos na Confederação dos Tamoios, oferecendo-se Anchieta como refém dos Tamoios em Iperoig, enquanto o padre Manuel da Nóbrega retornou a São Vicente juntamente com Cunhambebe (filho) para ultimar as negociações de paz entre os indígenas e os portugueses.
Durante este tempo em que passou entre os gentios compôs o "Poema à
Virgem".
Segundo uma tradição, teria escrito nas areias da praia e memorizado o poema, e apenas mais tarde, em São Vicente, o teria trasladado para o papel.
Ainda segundo a tradição, foi também durante o cativeiro que Anchieta teria em tese "levitado" entre os indígenas, os quais, imbuídos de grande pavor, pensavam tratar-se de um feiticeiro.
Lutou contra os franceses estabelecidos na França Antártica na baía da Guanabara; foi companheiro de Estácio de Sá, a quem assistiu em seus últimos momentos (1567).
Em 1566 foi enviado à Capitania da Bahia com o encargo de informar ao governador Mem de Sá
do andamento da guerra contra os franceses, possibilitando o envio de
reforços portugueses ao Rio de Janeiro.
Por esta época foi ordenado
sacerdote aos 32 anos de idade.
Após a expulsão dos franceses da Guanabara, Anchieta e Manuel da Nóbrega teriam instigado o Governador-Geral Mem de Sá a prender em 1559 um refugiado huguenote, o alfaiate Jacques Le Balleur, e a condená-lo à morte por professar "heresias protestantes" (segundo a versão de instituições calvinistas e dentro da ótica das provocações religiosas entre protestantes e católicos) .
Em 1567, Jacques Le Balleur foi preso, e conduzido ao Rio de Janeiro para ser executado, mas o carrasco
teria recusado a executá-lo.
Diante disso, Anchieta o teria
estrangulado com suas próprias mãos (relato segundo a versão de
calvinistas e dentro da ótica das provocações religiosas entre
protestantes e católicos).
O episódio é contestado como apócrifo pelo maior biógrafo de Anchieta, o padre jesuíta Hélio Abranches Viotti, com base em documentos que, segundo o autor, contradizem a versão.
Investigações históricas, baseadas em documentos da época (correspondência de Anchieta e manuscritos de Goa) revelam que o huguenote não morreu no Brasil; na verdade foi conduzido a Salvador, na capitania da Bahia, e daí mandado a Portugal, onde teve o seu primeiro processo concluído em 1569.
Em um segundo processo no Estado Português da Índia, em 1572, foi finalmente condenado pelo tribunal da Inquisição de Goa.
Não houve qualquer participação de Anchieta neste episódio, montado posteriormente pela propaganda antijesuítica.
Dirigiu o Colégio dos Jesuítas do Rio de Janeiro por três anos, de 1570 a 1573.
Em 1569, fundou a povoação de Iritiba ou Reritiba, atual Anchieta, no Espírito Santo.
Em 1577 foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu por dez anos, sendo substituído em 1587
a seu próprio pedido. Retirou-se para Reritiba, mas teve ainda de
dirigir o Colégio do Jesuítas em Vitória, no Espírito Santo.
Em 1595
obteve dispensa dessas funções e conseguiu retirar-se definitivamente
para Reritiba onde veio a falecer, sendo sepultado em Vitória.
Obra
Segundo a "Brasiliana da Biblioteca Nacional" (2001) "o Apóstolo do
Brasil", fundador de cidades e missionário incomparável, foi gramático, poeta, teatrólogo e historiador.
O apostolado não impediu Anchieta de cultivar as letras, compondo seus textos em quatro línguas - português, castelhano, latim e tupi, tanto em prosa como em verso.
Duas das suas principais obras foram publicadas ainda durante a sua vida:
- "De gestis Mendi de Saa" ("Os feitos de Mem de Sá") impressa em Coimbra em 1563, retrata a luta dos portugueses, chefiados pelo governador-geral Mem de Sá, para expulsar os franceses da baía da Guanabara onde Nicolas Durand de Villegagnon fundara a França Antártica. Esta epopeia renascentista, escrita em latim e anterior à edição de "Os Lusíadas", de Luís de Camões, é o primeiro poema épico da América, tornando-se assim o primeiro poema brasileiro impresso e, ao mesmo tempo, a primeira obra de Anchieta publicada.
- "Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil" impressa em Coimbra em 1595 por Antonio de Mariz. É a primeira gramática contendo os fundamentos da língua tupi. Apresenta folha de rosto com o emblema da Companhia de Jesus. Desta edição conhecem-se apenas sete exemplares, dois dos quais encontram-se na Biblioteca Nacional do Brasil: o primeiro pertenceu ao imperador D. Pedro II (1840-1889) e o outro é oriundo da coleção de José Carlos Rodrigues. Constituindo-se na sua segunda obra publicada, é ainda a segunda obra dedicada a línguas indígenas, uma vez que, em 1571, já surgira, no México, a "Arte de la lengua mexicana y castellana" de frei Alonso de Molina.
O movimento de catequese influenciou seu teatro e sua poesia,
resultando na melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro.
Entre suas contribuições culturais, podemos citar as poesias em verso medieval (sobretudo o poema De Beata Virgine Dei Matre Maria, mais conhecido como Poema à Virgem, com 4172 versos), os autos que misturavam características religiosas e indígenas, a primeira gramática do tupi-guarani (A Cartilha dos nativos).
Foi o autor de uma espécie de certidão de nascimento do Rio de Janeiro, quando redigiu sua carta de 9 de julho de 1565 ao Padre Diogo Mirão,
dando conta dos acontecimentos ocorridos ali "no último dia de
fevereiro ou no primeiro dia de março" do ano.
Nela se encontram os
seguintes trechos: "...logo no dia seguinte, que foi o último de
fevereiro ou primeiro de março, começaram a roçar em terra com grande
fervor e cortar madeira para cerca, sem querer saber nem dos tamoios nem
dos franceses." E: "... de São Sebastião, para ser favorecida do Senhor, e merecimentos do glorioso mártir."
A sua vasta obra só foi totalmente publicada no Brasil na segunda metade do século XX.
A beatificação
Embora a campanha para a sua beatificação tenha sido iniciada na Capitania da Bahia em 1617, só foi beatificado em junho de 1980 pelo papa João Paulo II.
Ao que se compreende, a perseguição do marquês de Pombal aos jesuítas havia impedido, até então, o trâmite do processo iniciado no século XVII.
Em 1622, na cidade do Rio de Janeiro, várias senhoras da cidade de São Paulo,
entre elas Suzana Dias e Leonor Leme, que o conhecerem, deporam em seu
favor, no seu processo de beatificação.
Leonor Leme, matriarca da
família Leme paulista, uma das depoentes, disse que "assistiu ela à primeira missa celebrada em São Vicente pelo Padre José de Anchieta, em 1567, e que ele se confessou depois muitas vezes".
Todos o tinham por santo publicamente! |
— Leonor Leme
|
E Ana Ribeiro, no mesmo processo, declarou que: durante algum
tempo com ele se confessou em São Vicente. Relatou um milagre acontecido
com seu filho, Jerônimo, que então contava 2 anos de idade. Estava há
três dias sem se alimentar. Apresentou-o ao Padre Anchieta, que passava
pela sua porta. "Deixe-o ir para o céu", disse Anchieta. Isso à noite.
No dia seguinte o menino estava bom, inclusive de uma ferida incurável
que até aí tinha no rosto. Todos reconheceram o milagre: nem um sinal !
Narrou outro episódio, em que tomou parte seu marido Antônio Rodrigues, que abandonou um índio que estava enfermo havia 5 anos.
Voltando Anchieta à Vila de São Vicente pede a Antônio que tratasse do índio.
Fazendo-se vir o índio de São Paulo para São Vicente, onde ficou internado em casa dos padres destinada aos índios, lá o medicou Rodrigues três ou quatro vezes. Sarou prontamente. A cura foi atribuída a Anchieta. De relíquia, possuía um dente dele. Sobre Anchieta disse ser ele homem milagroso, apostólico, celeste. Anchieta foi um grande Padre!
Narrou outro episódio, em que tomou parte seu marido Antônio Rodrigues, que abandonou um índio que estava enfermo havia 5 anos.
Voltando Anchieta à Vila de São Vicente pede a Antônio que tratasse do índio.
Fazendo-se vir o índio de São Paulo para São Vicente, onde ficou internado em casa dos padres destinada aos índios, lá o medicou Rodrigues três ou quatro vezes. Sarou prontamente. A cura foi atribuída a Anchieta. De relíquia, possuía um dente dele. Sobre Anchieta disse ser ele homem milagroso, apostólico, celeste. Anchieta foi um grande Padre!
O Caminho de Anchieta
A sua disposição em caminhar levava a que percorresse, duas vezes por mês, a trilha litorânea entre Iriritiba, e a ilha de Vitória, com pequenas paradas para pregação e repouso nas localidades de Guarapari, Setiba, Ponta da Fruta e Barra do Jucu.
Modernamente, esse percurso, com cerca de 105 quilômetros, vem sendo percorrido a pé por turistas e peregrinos, à semelhança do Caminho de Santiago, na Espanha.
Canonização
A 27 de fevereiro de 2014, o Papa Francisco anunciou que o Padre Anchieta seria canonizado em Roma, em abril de 2014. O anúncio foi comunicado primeiro a três sacerdotes das Ilhas Canárias (terra natal de Anchieta) que assistiu à missa do papa em sua casa em Santa Marta, que relatou ao bispo de Tenerife, Bernardo Álvarez Afonso.
Após um processo de canonização de mais de 400 anos, o decreto foi assinado a 3 de abril de 2014. Em 24 de abril realizou-se a cerimônia de Ação de Graças, presidida pelo Papa, realizada na Igreja de Santo Inácio de Loyola de Roma.
O Padre Anchieta é o segundo santo nativo das Ilhas Canárias, depois de Pedro de Betancur, cuja festa litúrgica se comemora em 24 de abril. É também considerado o terceiro santo do Brasil, com Madre Paulina e Frei Galvão, mesmo não sendo nativo, mas por ter exercido sua missão religiosa no território brasileiro, assim como Madre Paulina.
Foi uma canonização por decreto ou canonização equivalente, sendo a sexta canonização pelo Papa Francisco, bem como o segundo jesuíta a ser canonizado pelo próprio Papa, depois do francês Pedro Fabro. Da mesma forma, foi a primeira canonização de 2014.
O processo durou 417 anos e foi um dos mais longos da história. Não foi necessário a comprovação de um segundo milagre para a canonização. No caso de São José de Anchieta, houve a confirmação de apenas um milagre, antes de sua beatificação.
No dia 3 de abril de 2014, o Papa Francisco assinou o decreto que proclama a santidade do Padre Anchieta. Anchieta foi o primeiro espanhol a ser canonizado pelo Papa Francisco.
Canonização
A 27 de fevereiro de 2014, o Papa Francisco anunciou que o Padre Anchieta seria canonizado em Roma, em abril de 2014. O anúncio foi comunicado primeiro a três sacerdotes das Ilhas Canárias (terra natal de Anchieta) que assistiu à missa do papa em sua casa em Santa Marta, que relatou ao bispo de Tenerife, Bernardo Álvarez Afonso.
Após um processo de canonização de mais de 400 anos, o decreto foi assinado a 3 de abril de 2014. Em 24 de abril realizou-se a cerimônia de Ação de Graças, presidida pelo Papa, realizada na Igreja de Santo Inácio de Loyola de Roma.
O Padre Anchieta é o segundo santo nativo das Ilhas Canárias, depois de Pedro de Betancur, cuja festa litúrgica se comemora em 24 de abril. É também considerado o terceiro santo do Brasil, com Madre Paulina e Frei Galvão, mesmo não sendo nativo, mas por ter exercido sua missão religiosa no território brasileiro, assim como Madre Paulina.
Foi uma canonização por decreto ou canonização equivalente, sendo a sexta canonização pelo Papa Francisco, bem como o segundo jesuíta a ser canonizado pelo próprio Papa, depois do francês Pedro Fabro. Da mesma forma, foi a primeira canonização de 2014.
O processo durou 417 anos e foi um dos mais longos da história. Não foi necessário a comprovação de um segundo milagre para a canonização. No caso de São José de Anchieta, houve a confirmação de apenas um milagre, antes de sua beatificação.
No dia 3 de abril de 2014, o Papa Francisco assinou o decreto que proclama a santidade do Padre Anchieta. Anchieta foi o primeiro espanhol a ser canonizado pelo Papa Francisco.
ORAÇÃO
Bem-aventurado José de Anchieta,
missionário incansável e
Apóstolo do Brasil,
abençoai a nossa Pátria e a cada um de
nós.
Inflamado pelo zelo da glória de Deus,
consumistes a vida na
promoção dos indígenas,
catequizando, instruindo, fazendo o
bem.
Que o legado de vosso exemplo frutifique novos apóstolos
e missionários em nossa terra.
Professor e mestre,
abençoai nossos jovens, crianças e
educadores.
Consolador dos doentes e aflitos,
protetor dos pobres e
abandonados,
velai por todos aqueles que mais necessitam e
sofrem em nossa sociedade,
nem sempre justa, fraterna e cristã.
Santificai as famílias e
comunidades,
orientando os que regem os destinos do Brasil e
do Mundo.
Através de Maria Santíssima,
que tanto venerastes na terra,
iluminai os nossos caminhos,
hoje e sempre.
Amém.
CAPELA DAS RELÍQUIAS DE JOSÉ DE ANCHIETA,
NO COLÉGIO JESUÍTA DE SÃO PAULO.
RELÍQUIA DE JOSÉ DE ANCHIETA
RELÍQUIA DO FÊMUR DE JOSÉ DE ANCHIETA
Oração
Derramai, Senhor, sobre nós a vossa graça, a fim de que, a exemplo do Bem-aventurado José de
Anchieta, apóstolo do Brasil, sirvamos fielmente ao Evangelho, tornando-nos tudo para todos, e
nos esforcemos em ganhar para vós nossos irmãos no amor de Cristo. Que convosco vive e
reina, na unidade do Espírito Santo.
Oração
Derramai, Senhor, sobre nós a vossa graça, a fim de que, a exemplo do Bem-aventurado José de
Anchieta, apóstolo do Brasil, sirvamos fielmente ao Evangelho, tornando-nos tudo para todos, e
nos esforcemos em ganhar para vós nossos irmãos no amor de Cristo. Que convosco vive e
reina, na unidade do Espírito Santo.
FONTE: