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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

SÃO SILVESTRE I

São Silvestre I (Pontificado: 314 - 355)







São Silvestre encerra o ano civil. Ele encerra também , na história da Igreja uma época importante e inicia uma nova era.

 Durante três séculos a Igreja de Deus esteve exposta às mais cruéis perseguições.

O império romano empregava todo o seu poder para aniquilar o reino de Deus; o sangue corria em torrentes. Esforçavam-se em regra para inventar novos tormentos. Além disso, astúcia, lisonja, seduções, tudo quanto pode cegar os sentidos, tudo o que a arte e a ciência terrenas podem proporcionar, estava a serviço desta luta - e tudo debalde.

A Igreja permaneceu ilesa, a despeito de todos os planos, afrontando tudo.

Os seus membros morriam aqui e ali, mas a Igreja continuava a viver, e sempre novos elementos entravam, para preencher as lacunas.

 Por fim o império romano se curvou diante de Cristo e colocou a Cruz sobre o seu diadema e o sinal de Cristo sobre a água de suas legiões.

Cristo tinha vencido na possante peleja, e o Papa Silvestre I viu como tudo mudava. Viu o suplício da cruz ser abolido. Viu cristãos confessarem livre e francamente a sua fé e erigirem casas de Deus.

Viu o próprio imperador Constantino edificar o palácio (Lateranense), que durante muitos séculos foi a residência do Vigário de Cristo.









Sobre a vida interior exterior do Papa S. Silvestre a história muito pouco de positivo revela, se bem que como certo afirme, que tenha ele sido a alma dos grandes acontecimentos verificados no seu longo Pontificado.

Segundo o testemunho de historiadores fidedignos Silvestre nasceu em Roma, filho de pais ótimos cristãos, que bem cedo o confiaram aos cuidados do sacerdote Cirino, cujo preparo intelectual e exemplo de vida santa fizeram com que o discípulo adquirisse uma formação extraordinariamente sólida cristã.

Estava ainda em preparação última, isto é, a décima e de todas as mais bárbaras das perseguições dioclesianas, quando Silvestre, das mãos do Papa Marcelino, recebeu as ordens sacerdotais. Teve, pois, ocasião de presenciar os horrores desta investida do inferno contra o Reino de Cristo. Pode ele ser e foi testemunha ocular do heroísmo das pobres vítimas do furor desmedido do tirano coroado.

Em 314, por voto unânime do povo e do clero foi proposto para ocupar a cadeira de São Pedro, como sucessor do papa Melquíades.









Com a vitória do cristianismo e a conversão do imperador Constantino viu-se o Papa diante da grande tarefa de, por meio das sábias leis, introduzir a religião cristã na vida dos povos, dando-lhe formação concreta e definitiva. A paz, infelizmente não foi de longa duração.

Duas terríveis heresias se levantaram contra a Igreja, arrastando-a para uma luta gigantesca de quase um século de duração. Foi a dos Donatistas, que tomou grande incremento na África.

A Igreja, ensinavam eles, deve compor-se só de justos; no momento em que seu grêmio tolera pecadores, deixa de ser a Igreja de Cristo.

O batismo administrado por um sacerdote que em estado de pecado se acha, é inválido. Um bispo, se estiver com um pecado na alma, não pode crismar nem ordenar sacerdotes. Caso que administrar estes sacramentos, são eles inválidos.
Pior e mais perigosa foi a outra heresia, propalada pelo sacerdote Ario, da Igreja de Antioquia.

 Doutrinava este heresiarca que a Jesus Cristo, Filho de Deus feito homem, faltavam as atribuições divinas; isto é, não era consubstancial ao Pai, portanto não era Deus, mas mera criatura, de essência diversa da do Pai e de natureza mutável.

Tanto contra a primeira como contra a segunda o Papa Silvestre tomou enérgica atitude.

A dos Donatistas foi condenada no Concílio de Arles. O arianismo teve sua condenação no célebre Concílio de Nicéia (325), ao qual compareceram 317 bispos.










O Papa Silvestre, já muito idoso pessoalmente não podendo comparecer à grande Assembléia, fez-se nela representar por dois sacerdotes de sua inteira confiança, que em seu lugar presidiram as sessões.

 Estas terminaram com a soleníssima proclamação dogmática da fórmula: " O Filho é consubstancial ao Pai; é Deus de Deus; Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro; gerado, não feito, da mesma substância com o Pai".

As resoluções do Concílio o Papa Silvestre as assinou. Na presença de 272 bispos foram as mesmas em Roma solenemente confirmadas.










Esta cerimônia teve lugar diante da imagem de Nossa Senhora Alegria dos Cristãos, cujo altar, em sinal de gratidão à Maria Santíssima o Papa mandara erigir logo que as perseguições tinham chegado ao seu termo.

 

Sobre o túmulo de São Pedro, o Papa, auxiliado pelo imperador, construiu a magnífica basílica vaticana, com suas oitentas colunas de mármore, templo que durante 1100 anos via chegar milhares e milhares de peregrinos provenientes de todas as partes do mundo, ansiosos de prestar homenagens ao "Rochedo", sobre o qual Cristo tinha edificado a sua Igreja - até que deu lugar à atual grandiosa Basílica de São Pedro.
 
 

Durante seu Pontificado, o Papa Silvestre governou a Igreja de Deus dando sobejas provas de prudência e sabedoria, glorificando-a com as virtudes de uma vida santa e apostólica.


O longo pontificado de São Silvestre (de 314 a 335) correu paralelo ao governo do imperador Constantino, numa época muito importante para a Igreja recém saída da clandestinidade e das perseguições. Foi nesse período que se formou uma organização eclesiástica que duraria por vários séculos. Nesta época, teve lugar de destaque o imperador Constantino.

 Este, de facto, herdeiro da grande tradição imperial romana, considerava-se o legítimo representante da tradição imperial romana, considerava-se o legítimo representante da divindade (nunca renunciou ao título pagão de “Pontífice Máximo”), e logo também do Deus dos cristãos e por isso encarregado de controlar a Igreja como qualquer outra organização religiosa.





batismo de constantino por são silvestre






Foi ele, por isso, e não o Papa Silvestre, quem convocou no ano 314, um sínodo para sanar um cisma que irrompera em África e foi ele ainda quem, em 325 convocou o primeiro Concílio Ecuménico da história, em Nicéia, na Bitínia, residência de verão do imperador. Silvestre, enviou representantes ao importante acontecimento: o bispo Ósio de Córdoba e dois sacerdotes.



Assim fazendo, Constantino introduzia um método de intromissão do poder civil nas questões eclesiásticas o que não deixrá de trazer nefastas consequências. Mas no momento as consequências foram positivas, também pela boa harmonia que reinava entre o papa Silvestre e o imperador Constantino. Este, de facto, não poupou o seu apoio também financeiro para a vasta obra de construção de edifícios eclesiásticos, uma característica do pontificado de São Silvestre.




constantino e são silvestre







Foi precisamente Constantino quem, na qualidade de “Pontífice Máximo” pôde autorizar a construção de uma grande basílica em honra de São Pedro, sobre a colina do Vaticano, após ter destruído ou parcialmente recoberto de terra, um cemitério pagão, posto a descoberto pelas escavações, feitas a pedido de Pio XII, em 1939. Foi ainda a harmonia e colaboração entre o papa Silvestre e Constantino que permitiram a construção de duas outras importantes basílicas romanas, uma em honra de São Paulo na via Ostiense e outra em honra de São João.



Constantino, aliás, quis até demonstrar a sua simpatia para com o papa Silvestre dando-lhe o seu próprio Palácio Lateranense que foi desde então e por diversos séculos, a morada dos papas. Não lhe deu, todavia, como afirma o Martirológio Romano, a satisfação de administrar-lhe o baptismo (que Constantino recebeu só na hora da morte). São Silvestre morreu em 335.









batismo de constantino






Durante o seu pontificado a autoridade da Igreja foi estabelecida e se construíram alguns dos primeiros monumentos cristãos, como a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, e as primitivas basílicas de Roma (São João de Latrão e São Pedro), bem como das igrejas dos Santos Apóstolos e de Santa Sofia em Constantinopla.

Atribui-se em geral a conversão de Constantino a uma visão que terá tido antes da batalha da ponte de Milvius (312).

 Mas a tradição medieval, também teria dito que o imperador teria lepra incurável, e logo que Silvestre o batizou por imersão numa piscina ficou imediatamente curado.

Esta versão porém não tem fundamento, pois sabe-se que Constantino foi batizado ao fim de sua vida, com a intenção de perdoar seus pecados, por Eusébio, bispo de Nicodemia.



















basílica de são joão de latrão






basílica de santa sofia










antiga basíulica de são pedro








SÃO SILVESTRE, ROGAI POR NÓS!





 


quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

SÃO FÉLIX I -PAPA 30 DE DEZEMBRO


 



Papa São Félix I foi Papa de 05 de janeiro 269-30 de dezembro de 274.




1 Vida e obra

2 Morte e veneração

 






Vida e obra

Um romano de nascimento, Felix foi escolhido como papa em 5 de Janeiro 269, em sucessão ao Papa Dionísio , que morreu em 26 de Dezembro 268 .



Felix foi o autor de uma dogmática carta importante na unidade da pessoa de Cristo.

Ele recebeu do imperador Aureliano ajuda  na resolução de uma disputa teológica entre o anti- trinitário Paulo de Samósata , que tinham sido privado do bispado de Antioquia por um conselho de bispos por heresia, é o sucessor de Paulo.

Paulo se recusou a desistir do bispado e assim, em 272 o imperador Aureliano foi convidado para decidir entre os dois rivais.

 Ele ordenou a construção da igreja para ser entregue ao bispo, que foi "reconhecido pelos bispos da Itália e da cidade de Roma" (Felix). Veja Eusébio Hist. Eclesiastes. vii. 30.


O texto desta carta foi posteriormente interpolado por um seguidor de Apolinário, no interesse de sua seita.






O aviso sobre Felix na Liber Pontificalis atribui a ele um decreto que missas devem ser celebradas sobre os túmulos dos mártires ("constituit Hic supra memorias martyrum celebrare missas").

O autor deste post foi, evidentemente, aludindo ao costume de celebrar a Missa privada na altares perto ou sobre os túmulos dos mártires nas criptas das catacumbas (missa ad corpus), enquanto a solene celebração sempre teve lugar nas basílicas construídas ao longo catacumbas.

Esta prática, ainda em vigor no final do século IV, as datas, aparentemente, a partir do período em que as grandes basílicas cemiteriais foram construídos em Roma, e deve sua origem à comemoração solene dos mártires, que teve lugar em seus túmulos no aniversário de seu sepultamento, logo no terceiro século.

Felix provavelmente não emitiu tal decreto , mas o compilador do Liber Pontificalis atribuiu a ele porque ele não fez nenhuma oposição ao costume em vigor no seu tempo.



Morte e veneração






Os atos do Concílio de Éfeso mostarm o Papa  Felix como um mártir, mas esse detalhe, que ocorre de novo na biografia do papa na Liber Pontificalis , não confirmada por qualquer evidência anterior  e é devido a uma confusão de nomes.

De acordo com o aviso no Liber Pontificalis , Félix ergueu uma basílica na Via Aurelia ; a mesma fonte acrescenta também que ele foi enterrado lá. 

 O último detalhe é evidentemente um erro, para o quarto do calendário romano do século das festas diz que Papa Félix foi enterrado na Catacumba de Calisto na Via Appia . 

 A declaração do Liber Pontificalis sobre o martírio do papa  resulta obviamente de uma confusão com um mártir romano de mesmo nome enterrado na Via Aurelia, e sobre cujo túmulo uma igreja foi construída.

No "Feriale" romano ou calendário de festas, acima referidos, o nome de Felix ocorre na lista dos bispos romanos ( Depositio episcoporum ), e não no dos mártires.



De acordo com o mencionado acima, detalhe da episcoporum Depositio , Felix foi sepultado na catacumba de São Calisto, em 30 de Dezembro,  "III Kal. Jan." (Terceiro dia para as calendas de Janeiro) na datação sistema romano.




 São Félix I é mencionado como papa e mártir, com uma festa simples, em 30 de Maio.

 Esta data, indicada no Liber Pontificalis como a de sua morte (III Kal. junho), é provavelmente um erro que pode ocorrer com facilidade através de um  escrito transcrito "junho" para "janeiro" .

Esse erro persistiu no Calendário Geral Romano até 1969 (ver Calendário Geral Romano de 1962 ), altura em que a menção de São Félix eu estava reduzido a uma comemoração na Missa ferial por decisão do Papa Pio XII (ver Calendário Geral Romano do Papa Pio XII .

Posteriormente, a festa de São Félix I, não mencionada no Calendário Geral Romano, é comemorado no dia de sua verdadeira morte, 30 de Dezembro, e sem a qualificação de "mártir".



De acordo com estudos mais recentes, os antigos livros litúrgicos indicam que o santo homenageado em 30 de Maio foi um conhecido pequena mártir enterrado na Via Aurelia , que foi erroneamente identificado com o Papa Félix I,  um erro semelhante, mas menos curioso que a identificação nos livros litúrgicos, até meados da década de 1950, do santo mártir comemorado em 30 de Julho com o Antipapa Félix II .










EM MINHA PESQUISA,
ENCONTREI ESTA FOTO COMO SENDO DA TUMBA DE SÃO FÉLIX I,
MAS DESCONFIO QUE TALVEZ SEJA DE SÃO FÉLIX MÁRTIR.








RELÍQUIA DE SÃO FÉLIX I























Papa (269-274) e santo da Igreja Cristã de Roma nascido nesta cidade, que foi escolhido para suceder São Dionísio (260-268), sendo as informações sobre sua vida poucas e confusas.



Interveio na questão da deposição de Paulo de Samósata, bispo de Antioquia no século III, que foi condenado por suas doutrinas trinitárias e cristológicas no sínodo de Antioquia (268).

Esse bispo pregava que o Cristo-Logos e o Espírito Santo significavam apenas qualidades de único Deus: o Jesus homem obtinha inspiração do Alto e, quanto mais homem se tornava, tanto mais recebia o Espírito acabando por identificar-se com o Pai quando da ressurreição.

O Liber pontificalis atribui a este papa, um decreto com que se autorizava a celebração da missa sobre os túmulos dos mártires. Durante o Concílio de Éfeso (431), teria pronunciado que Jesus Cristo, filho de Deus, nascido da Virgem Maria, é homem e Deus em uma única pessoa, afirmando a divindade e a humanidade de Cristo e as duas naturezas distintas em uma só pessoa.


Juntou-se aos fiéis nas catacumbas, para escapar à perseguição do Imperador Aureliano. Iniciou o sepultamento dos mártires sob o altar e a celebração da missa sobre seu túmulos.

Segundo a tradição, o papa de número 26 teria morrido martirizado em 30 de dezembro (274), sepultado na Catacumba de São Calisto, na Via Ápia, e foi sucedido por São Eutiquiano (275-283).




sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO



O Natal ou Dia de Natal é um feriado comemorado anualmente em 25 de Dezembro (nos países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro), que comemora o nascimento de Jesus de Nazaré.

 A data de comemoração do Natal não é conhecida como o aniversário real de Jesus e pode ter sido inicialmente escolhida para corresponder com qualquer festival histórico Romano ou com o solstício de inverno.

 O Natal é o centro dos feriados de fim de ano e da temporada de férias, sendo, no Cristianismo, o marco inicial do Ciclo do Natal que dura doze dias.
Embora tradicionalmente seja um feriado cristão, o Natal é amplamente comemorado por muitos não-cristãos, sendo que alguns de seus costumes populares e temas comemorativos têm origens pré-cristãs ou seculares.

Costumes populares modernos típicos do feriado incluem a troca de presentes e cartões, a Ceia de Natal, músicas natalinas, festas de igreja, uma refeição especial e a exibição de decorações diferentes; incluindo as árvores de Natal, pisca-piscas e guirlandas, visco, presépios e ilex. Além disso, o Papai Noel (conhecido como Pai Natal em Portugal) é uma figura mitológica popular em muitos países, associada com os presentes para crianças.

Como a troca de presentes e muitos outros aspectos da festa de Natal envolvem um aumento da atividade econômica entre cristãos e não cristãos, a festa tornou-se um acontecimento significativo e um período chave de vendas para os varejistas e para as empresas.

O impacto econômico do Natal é um fator que tem crescido de forma constante ao longo dos últimos séculos em muitas regiões do mundo.

Etimologia

A palavra 'natal' do português já foi 'nātālis' no latim, derivada do verbo 'nāscor' (nāsceris, nāscī, nātus sum) que tem sentido de nascer. De 'nātālis' do latim, evoluiram também 'natale' do italiano, 'noël' do francês, 'nadal' do catalão, 'natal' do castelhano, sendo que a palavra 'natal' do castelhano tem sido progressivamente substituída por 'navidad' como nome do dia religioso.



Já a palavra 'Christmas' do inglês evoluiu de 'Christes maesse' ('Christ's mass') que quer dizer missa de Cristo.


História dos usos

Como adjetivo, significa também o local onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa.

Como festa religiosa, o Natal, comemorado no dia 25 de dezembro desde o Século IV pela Igreja ocidental e desde o século V pela Igreja oriental, celebra o nascimento de Jesus e assim é o seu significado nas línguas neolatinas.

Muitos historiadores localizam a primeira celebração em Roma, no ano 336 d.C.





 
 História

 Pré-cristianismo



Sol sobre o Stonehenge, no Reino Unido, durante o solstício de inverno.De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336 d.C.. Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se em 7 de janeiro o seu nascimento, ocasião do seu batismo, em virtude da não-aceitação do Calendário Gregoriano. No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adotar o dia 25 de dezembro para o Natal e o dia 6 de janeiro para Epifania (que significa "manifestação"). Nesse dia comemora-se a visita dos Magos.



Segundo estudos, a data de 25 de dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cristianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstício de Inverno.



Portanto, segundo certos eruditos, o dia 25 de dezembro foi adotado para que a data coincidisse com a festividade romana dedicada ao "nascimento do deus sol invencível", que comemorava o solstício de inverno. No mundo romano, a Saturnália, festividade em honra ao deus Saturno, era comemorada de 17 a 22 de dezembro; era um período de alegria e troca de presentes. O dia 25 de dezembro era tido também como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.



Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã. As alusões dos padres da igreja ao simbolismo de Cristo como "o sol de justiça" (Malaquias 4:2) e a "luz do mundo" (João 8:12) revelam a fé da Igreja n'Aquele que é Deus feito homem para nossa salvação.



As evidências confirmam que, num esforço de converter pagãos, os líderes religiosos adotaram a festa que era celebrada pelos romanos, o "nascimento do deus sol invencível" (Natalis Invistis Solis), e tentaram fazê-la parecer "cristã". Para certas correntes místicas como o Gnosticismo, a data é perfeitamente adequada para simbolizar o Natal, por considerarem que o sol é a morada do Cristo Cósmico. Segundo esse princípio, em tese, o Natal do hemisfério sul deveria ser celebrado em junho.



Há muito tempo se sabe que o Natal tem raízes pagãs. Por causa de sua origem não-bíblica, no século 17 essa festividade foi proibida na Inglaterra e em algumas colônias americanas. Quem ficasse em casa e não fosse trabalhar no dia de Natal era multado. Mas os velhos costumes logo voltaram, e alguns novos foram acrescentados. O Natal voltou a ser um grande feriado religioso, e ainda é em muitos países.

 Cristianismo



A Bíblia diz que os pastores estavam nos campos cuidando das ovelhas na noite em que Jesus Cristo nasceu. O mês judaico de Kislev, correspondente aproximadamente à segunda metade de novembro e primeira metade de dezembro no calendário gregoriano era um mês frio e chuvoso. Sendo assim, não era um mês propricio aos pastores ficarem nos campos passando frio e cuidando das ovelhas.



Entretanto, o evangelista Lucas afirmava que havia pastores vivendo ao ar livre e mantendo vigias sobre os rebanhos à noite perto do local onde Jesus nasceu. Como estes fatos seriam impossíveis para um período em que seria impossível ficar de pé ao lado de fora em função do frio, logo Jesus não poderia ter nascido no dia em que o Natal é celebrado, e sim na primavera ou no verão. Por isso, a maioria dos estudiosos consideram que Jesus não nasceu dia 25 de dezembro.




 
Anúncio do anjo Gabriel e nascimento de Jesus

O nascimento de Jesus se deu por volta de dois anos antes da morte do Rei Herodes, denominado "o Grande", ou seja, considerando que este morreu em 4 AEC, então Jesus só pode ter nascido em 6 AEC. Segundo a Bíblia, antes de morrer, Herodes mandou matar os meninos de Belém até aos 2 anos, de acordo com o tempo que apareceu a "estrela" aos magos. (Mateus 2:1, 16-19 - Era seu desejo se livrar de um possível novo "rei dos judeus").



Ainda, segundo a Bíblia, antes do nascimento de Jesus, Octávio César Augusto decretou que todos os habitantes do Império fossem se recensear, cada um à sua cidade natal. Isso obrigou José a viajar de Nazaré (na Galileia) até Belém (na Judeia), a fim de registar-se com Maria, sua esposa. Deste modo, fica claro que não seria um recenseamento para fins tributários.





Anbetung der Hirten de Gerard van Honthorst."Este primeiro recenseamento" fora ordenado quando o cônsul Públio Sulplício Quiríno "era governador [em gr. hegemoneuo] da província imperial da Síria." (Lucas 2,1-3 - O termo grego hegemoneuo vertido por "governador", significa apenas "estar liderando" ou "a cargo de". Pode referir-se a um "governador territorial", "governador de província" ou "governador militar". As evidências apontam que nessa ocasião, Quiríno fosse um comandante militar em operações na província da Síria, sob as ordens directas do Imperador.)



Sabe-se que os governadores da Província da Síria durante a parte final do governo do Rei Herodes foram: Sentio Saturnino (de 9 AEC a 6 AEC), e o seu sucessor, foi Quintilio Varo. Quirínio só foi Governador da Província da Síria, em 6 EC. O único recenseamento relacionado a Quirínio, documentado fora dos Evangelhos, é o referido pelo historiador judeu Flávio Josefo como tendo ocorrido no início do seu governo (Antiguidades Judaicas, Vol. 18, Cap. 26). Obviamente, este recenseamento não era o "primeiro recenseamento".



A viagem de Nazaré a Belém - distância de uns 150 km - deveria ter sido muito cansativa para Maria que estava em adiantado estado de gravidez. Enquanto estavam em Belém, Maria teve o seu filho primogénito. Envolveu-o em faixas de panos e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar disponível para eles no alojamento [isto é, não havia divisões disponíveis na casa que os hospedava; em gr. tô kataluma, em lat. in deversorio]. Maria necessitava de um local tranquilo e isolado para o parto (Lucas 2:4-8). Lucas diz que no dia do nascimento de Jesus, os pastores estavam no campo guardando seus rebanhos "durante as vigílias da noite". Os rebanhos saíam para os campos em Março e recolhiam nos princípios de Novembro.



A vaca e o jumento junto da manjedoura conforme representado nos presépios, resulta de uma simbologia inspirada em Isaías 1:3 que diz: "O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não têm conhecimento, o meu povo não entende". Não há nenhuma informação fidedigna que prove que havia animais junto do recém-nascido Jesus. A menção de "um boi e de um jumento na gruta" deve-se também a alguns Evangelhos Apócrifos.


A estrela de Belém

Após o nascimento de Jesus em Belém, ainda governava a Judeia o Rei Herodes, chegaram "do Oriente à Jerusalém uns magos guiados por uma estrela ou um objecto controverso que, segundo a descrição do Evangelho segundo Mateus, anunciou o nascimento de Jesus e levou os Três Reis Magos ao local onde este se encontrava. A natureza real da Estrela de Belém e alvo de discussão entre os biblistas.





 Três Reis Magos

Os "magos", em gr. magoi, que vinham do Leste de Jerusalém, não eram reis. Julga-se que terá sido Tertuliano de Cartago, que no início do 3.º Século terá escrito que os Magos do Oriente eram reis. O motivo parece advir de algumas referências do Antigo Testamento, como é o caso do Salmo 68:29: "Por amor do Teu Templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes."



Em vez disso, os "magos" eram sacerdotes astrólogos, talvez seguidores do Zoroastrismo. Eram considerados "Sábios", e por isso, conselheiros de reis. Podiam ter vindo de Babilónia, mas não podemos descartar a Pérsia (Irão). São Justino, no 2.º Século, considera que os Magos vieram da Arábia. Quantos eram e os seus nomes, não foram revelados nos Evangelhos canónicos. Os nomes de Gaspar, Melchior e Baltazar constam dos Evangelhos Apócrifos. Deduz-se terem sido 3 magos, em vista dos 3 tipos de presentes. Tampouco se menciona em que animais os Magos vieram montados.



Outro factor muito importante tem a ver com a existência de uma grande comunidade de raiz judaica na antiga Babilónia, o que sem dúvida teria permitido o conhecimento das profecias messiânicas dos judeus, e a sua posterior associação de simbolismos aos fenómenos celestes que ocorriam.






 

 Símbolos e tradições do Natal

 Árvore de Natal



Entre as várias versões sobre a procedência da árvore de Natal, a maioria delas indicando a Alemanha como país de origem, uma das mais populares atribui a novidade ao padre Martinho Lutero (1483-1546), autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado parecendo-lhe um colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, decidiu arrancar um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou o pequeno pinheiro num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas acesas afincadas nas pontas dos ramos. Arrumou em seguida papéis coloridos para enfeitá-lo mais um tanto. Era o que ele vira lá fora. Afastando-se, todos ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a quem parecia terem dado vida. Nascia assim a árvore de Natal. Queria, assim, mostrar as crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de Cristo.



Na Roma Antiga, os Romanos penduravam máscaras de Baco em pinheiros para comemorar uma festa chamada de "Saturnália", que coincidia com o nosso Natal.

 

Músicas natalinas



Trombeteira em um concerto de músicas de Natal.As canções natalinas são símbolos do Natal e as letras retratam as tradições das comemorações, o nascimento de Jesus, a paz, a fraternidade, o amor, os valores cristãos. Os Estados Unidos têm antiga tradição de celebrar o Natal com músicas típicas. No Brasil, esta tradição, além das familiares, só se tornou comercial popular nos anos 1990, com o Cd 25 de Dezembro lançado pela cantora Simone: Ao lançar, no ano passado, o disco natalino 25 de Dezembro, a cantora Simone quebrou um tabu. Ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos e na Europa, os cantores brasileiros não têm o costume de lançar, no mês de dezembro, discos com músicas de Natal.[9] As canções natalinas tradicionais, no Brasil, estão sendo paulatinamente esquecidas, com algumas exceções como "Noite Feliz", devido a falta de interesse popular.



 Presépio


As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semilitúrgicas que aconteciam durante a Missa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio. A tradição católica diz que o presépio (do lat. praesepio) surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.



O sucesso dessa representação do Presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão do Rei Carlos III, que a importou de Nápoles no século XVIII. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos.


 



 
 Decorações natalinas



Uma outra tradição do Natal é a decoração de casas, edifícios, elementos estáticos, como postes, pontes e árvores, estabelecimentos comerciais, prédios públicos e cidades com elementos que representam o Natal, como, por exemplo, as luzes de natal e guirlandas. Em alguns lugares, existe até uma competição para ver qual casa, ou estabelecimento, teve a decoração mais bonita, com direito a receber um prémio.



 Amigo secreto ou oculto

No Brasil, é muito comum a prática entre amigos, funcionários de uma empresa, amigos e colegas de escola e na família, da brincadeira do amigo oculto (secreto). Essa brincadeira consiste de cada pessoa selecionar um nome de uma outra pessoa que esteja participando desta (obviamente a pessoa não pode sortear ela mesma) e presenteá-la no dia, ou na véspera. É comum que sejam dadas dicas sobre o amigo oculto, como características físicas ou qualidades, até que todos descubram quem é o amigo oculto. Alguns dizem características totalmente opostas para deixar a brincadeira ainda mais divertida.



 Comemorações pelo Mundo

Cada país tem a sua forma de comemorar o Natal, inclusive países orientais.



 Alemanha

O Natal na Alemanha é caracterizado, principalmente, pelo Advento. Começa quatro domingos antes do Natal, também é importante e festejado pelos alemães.


FONTE:  http://pt.wikipedia.org/wiki/Natal





















SANTA TARSILA - 24 DE DEZEMBRO





A família romana Anícia teve a graça de enviar para a Igreja aquele que foi um dos grandes doutores da Igreja do Ocidente, o papa Gregório Magno, depois também santo.

 Era um homem de estatura pequena e de saúde frágil, mas um gigante na administração e uma fortaleza espiritual.






Entre seus antepassados paternos estão o imperador Olívio, o papa são Félix III e o senador Jordão, que era seu pai.
A formação intelectual, religiosa e moral do menino Gregório ficou sob a orientação e cuidado de sua mãe, a futura santa Sílvia, e de suas tias, Tarsila, Emiliana, também santas, e de Jordana, irmãs de seu pai, que faleceu cedo.

 
Tarsila e Emiliana eram muito unidas, além do parentesco, pelo fervor da fé em Cristo e pela caridade.



As três viviam juntas na casa herdada do pai, no monte Célio, como se estivessem num mosteiro.

Tarsila era a guia de todas, orientando pela Palavra do Evangelho e pelo exemplo da caridade e da castidade.

Dessa maneira, os progressos na vida espiritual foram grandes.

Depois, Jordana decidiu seguir a vida matrimonial, casando-se com um bom cristão, o administrador dos bens da sua família.
Tarsila permaneceu com a opção de vida religiosa que havia escolhido.

 Sempre feliz, na paz do seu retiro e na entrega de seu amor a Deus, até que foi ao seu encontro na glória de Cristo.

São Gregório relatou que a tia Tarsila tivera uma visão de seu bisavô, o papa são Félix III, que lhe teria mostrado o lugar que ocuparia no céu dizendo estas palavras:

“Vem, que eu haverei de te receber nestas moradas de luz”.
Após essa experiência, Tarsila ficou gravemente enferma.

No seu leito de morte, ao lado da irmã Emiliana e dos parentes, pediu para que todos se afastassem dizendo:

“Está chegando Jesus, meu Salvador!”

Com essas palavras e sorrindo, entregou sua alma a Deus.

Ao ser preparada para o sepultamento, encontraram calos, duros e grossos, em seus joelhos e cotovelos, causados pelas contínuas penitências.

Durante as orações, que duravam muitas horas, rezava, ajoelhada e apoiada, diante de Jesus Crucificado.
Poucos dias depois de morrer, Tarsila apareceu em sonho para sua irmã Emiliana e a convidou para celebrarem juntas a festa da Epifania no céu.

E foi isso o que aconteceu, Emiliana acabou morrendo na véspera do dia dos Reis.



SANTA EMILIANA




O culto a santa Tarsila, mesmo não sendo acompanhado de fatos prodigiosos, se manteve discreto e persistente ao longo do tempo.

Talvez pelo enriquecimento dos exemplos singulares narrados pelo sobrinho, papa são Gregório Magno, o qual, entretanto, nunca citou o ano do seu falecimento no século VI.
A Igreja Católica estabeleceu o dia 24 de dezembro para as homenagens litúrgicas de santa Tarsila, data transmitida pela tradição dos seus fiéis devotos.





SANTA FRANCISCA XAVIER CABRINI - 22 DE DEZEMBRO






Santa Francisca Xavier Cabrini (Sant'Angelo Lodigiano, 15 de julho de 1850 - Itália, 22 de dezembro de 1917), conhecida como Madre Cabrini ou "Mother Frances Xavier Cabrini" (para os de língua inglesa), foi a primeira cidadã estadounidense a ser canonizada.



Nasceu em Sant'Angelo Lodigiano, na Lombardia (Itália), sendo a caçula dos treze filhos de Agostino Cabrini e Stella Oldini. Nascida prematuramente, sua saúde foi sempre delicada.

 Tomou votos religiosos em 1877, convertendo-se na Madre Superiora do orfanato Casa da Providência em Cadogno, onde também era professora.

 
Em 1880 o orfanato foi fechado e ela se converteu em um dos sete membros fundadores do Instituto dss Irmãs Missionárias do Sagrado Coração de Jesus.







Apesar de seu sonho ser trabalhar como missionária na China, o papa Leão XIII lhe enviou a Nova Iorque em 31 de março de 1889. Ali teve permissão do arceobispo Michael Corrigan para fundar um orfanato, a primeira das 67 instituções que fundou em Nova Iorque, Chicago, Seattle, Nova Orleans, Denver, Los Angeles, e outros países da América do Sul e Europa.
Naturalizou-se cidadã estadounidense em 1909.






Faleceu de malária no Hospital Columbus de Chicago. Seus restos se encontram enterrados na Escola Madre Cabrini, em Manhattan, Nova Iorque.

 
Foi beatificada em 13 de novembro de 1938 e canonizada em 7 de julho de 1946 pelo papa Pio XII.





Santa Francisca Xavier Cabrini é a santa patrona dos imigrantes. O milagre que fundamentou sua beatificação foi a restauração da visão à uma criança que havia sido cegada por um excesso de nitrato de prata nos olhos.

O milagre de sua canonização foi a cura de uma freira, doente terminal.

 
Primeira Igreja a ser Fundada no Brasil para Santa Madre Cabrini localiza-se em São Carlos-SP


CORPO DE SANTA FRNCISCA XAVIER

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

SÃO TOMÉ APÓSTOLO - 21 DE DEZEMBRO







São Thomas,ou Tomé, foi um dos doze apóstolos originalmente escolhidos por Jesus, segundo os Evangelhos sinóticos e os Atos dos apóstolos (Mt 10:3, Mk 3:18, Lk 6:15) havendo pouco registro além.

Ainda existe alguns que acreditam na  hipótese de ser filho de Jesus, (o que não é aceito pela tradição da Igreja Católica ou Ortodoxa), pois segundo Simcha Jacobovici e Charles Pellegrino em seu livro a tumba da família de Jesus, existia a preocupação, da parte de Jesus, que o seu filho fosse morto depois de sua morte.

A grande questão era a de que o Império Romano tinha um especial cuidado em perseguir a prole de qualquer um que representasse ameaça para a soberania do império e isso significava dizer que poderia ser morto filho, esposa e neto, entretanto irmão não entrava nessa lista e isso fez com que o nome gêmeo fosse acrescentado ao de Juda(s) para que não houvesse a suspeita sobre o mesmo ser filho.

No evangelho de Tomé dito 11 Jesus diz a ele "Quando éreis um, vos tornaste dois", criando o entendimento de que Jesus estava na verdade indicando que Juda e Tomé eram a mesma pessoa, uma vez que Tomé não era propriamente um nome, mas uma tradução que indicava "gêmeo"






Nome e identidade

Alguns teólogos têm mantido discordâncias a respeito da verdadeira identidade de São Tomé.

 Tomé não é propriamente um prenome, mas sim a palavra equivalente a gêmeo, vindo do aramaico Tau'ma (תום), e posteriormente traduzida para o grego Didymus.

Essa palavra aparece composta com o prenome Judas nalguns trechos bíblicos.

Muito se discute de quem esse Judas Tomé seria irmão gêmeo.

Outros, inclusive, acreditam se tratar de Judas Tadeu, irmão de Tiago Menor, tendo-se confundido-o com uma terceira pessoa apenas porque seu nome teria aparecido com a alcunha Gêmeo algumas vezes em vez de Tadeu.

Essa suspeita é reforçada por não haver um consenso histórico sobre quem seriam verdadeiramente os doze apóstolos, havendo indicativos no Novo Testamento sobre outros possíveis seguidores escolhidos por Jesus para ser um dos doze.
Fato é que a tradição católica e ortodoxa, bem como fortíssimos indícios indianos dos católicos nativos de Malabar, apoiam a existência deste apóstolo, sua missão evangelizadora e seu martírio.

De fato, no século XVI os portugueses que chegaram à região disseram ter descoberto a cripta do santo, suas relíquias e, inclusive, um pedaço de uma das lanças com as quais fora morto com o sangue ainda coagulado.

Acrescente-se a isto que todos os antigos martirológios mencionam a ida de São Tomé à Índia, sua pregação e seu martírio, transpassado por lanças empunhadas por hindus.
 
 
 
 
Basílica de São Tomé construída sobre o tumulo do apostolo na Índia, em Madras ou Chennai.
 


Milagre no Tsunami de 2004 

Um fato recente e muito curioso foi quando do tsunami de dezembro de 2004 que devastou toda aquela região: o templo que guarda suas supostas relíquias ficou imune às ondas gigantescas que destruíram todas as construções adjacentes, tendo permanecido intacto.

 Uma antiga tradição afirmava que um poste fixado pelo apóstolo limitaria até o fim dos tempos as águas, que jamais o ultrapassariam.

Este poste existe até os dias atuais e se localiza exatamente na porta principal da igreja que guarda suas supostas relíquias.

Isto deixou os sacerdotes hindus desconcertados e os mesmos prometeram não mais perseguir e discriminar os cristãos daquelas plagas.

 Outros nomes

O Evangelho de Tomé presente na biblioteca de Nag Hammadi assim se inicia: Esses são os ditos secretos que o Jesus vivo disse e Judas Tomé Dídimo registrou.

Tradições sírias também alegam que o nome completo do apóstolo era Judas Tomé, ou Jude Tomé.

Alguns dizem ter visto nos Atos de Tomé (escrito na Síria oriental entre os séculos II e III) uma identificação de São Tomé com o apóstolo Judas Tadeu, filho de Tiago.

No entanto, a primeira frase desse Atos segue os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, distinguindo os apóstolos Judas Tomé e Judas Tadeu.

Poucos textos determinam o irmão gêmeo de Tomé, apesar de que no Livro de Tomé o Adversário, parte dos manuscritos de Nag Hammadi, identifica-se Jesus como seu irmão: Agora, haja vista que foi dito ser tu meu gêmeo e verdadeiro companheiro, examina-te a ti mesmo.


Tomé nos Evangelhos sinóticos

 No Evangelho de João

São Tomé aparece numas poucas passagens no Evangelho de João. Em João 11:16, quando Lázaro morre, os discípulos resistem à decisão de Jesus para que retornem à Judeia, onde os judeus tentaram apedrejar Jesus.

O Mestre está determinado, mas é Tomé que toma a palavra final: Vamos todos, pois poderemos morrer com Ele. Alguns interpretam esse como uma antecipação ao conceito teológico paulínio de morrer com Cristo.
Ele também fala na Última Ceia em João 14:5.

Jesus assegura seus discípulos que eles sabem aonde ele irá, mas Tomé protesta que eles não sabem de fato.

Jesus retruca a ele aos pedidos de Filipe com uma complexa exposição de seu relacionamento com O Pai.

 
A aparição mais famosa de Tomé no Novo Testamento está em João 20:24-29, quando duvida da ressurreição de Jesus e exige que necessita sentir Suas chagas antes de se convencer.

Essa passagem é a origem da expressão Tomé o Incrédulo bem como de diversas tradições populares similares, tal como Fulano é feito São Tomé: precisa ver para crer..

 Após ver Jesus vivo, Tomé professa sua fé em Jesus; a partir de então ele é considerado Tomé o Crente.








 Epílogo

Da mesma forma que se acredita que Pedro e Paulo disseminaram as sementes do cristianismo pela Grécia e Roma, Marcos pelo Egito e João pela Síria e Ásia Menor, Tomé teria levado a Palavra à Índia, tendo sido o primeiro dos Católicos do Leste.

Como "prova" das passagens de São Tomé pelo mundo, são-lhe atribuídas formas e marcas em pedras que se assemelham a pegadas, algumas de tamanho gigantesco.

É o caso, por exemplo, da lenda sobre a "pegada" no Pico de Adão.

Assunção de Maria




 
De acordo com "A passagem de Maria", um texto da Alta Idade Média atribuído a José de Arimateia, Tomé foi a única testemunha da Assunção de Maria aos céus.

Os outros apóstolos foram miraculosamente transportados a Jerusalém para observar sua morte. Tomé, que já estava na Índia, após o funeral fora transportado à tumba dela, onde testemunhou o corpo de Maria subir aos céus, jogando-lhe seu cinto.

Numa inversão à imagem de ceticismo vinculada a Tomé, os outros apóstolos é que duvidaram de seu relato até verem a tumba vazia e o cinto.

 O recebimento do cinto por Tomé é representado várias vezes na arte medieval e pré-Tridentina.

 






 
Síria

Tomé tem um papel na lenda do rei Abgar V de Edessa (Urfa), por ter enviado Tadeu de Edessa para pregar na cidade mesopotâmica (hoje síria) de Edessa após sua Ascensão.

 Santo Efreu, que também conta essa lenda, escreveu uma fábula na qual o demônio grita:
(…)A qual terra devo me refugiar do justo?

Eu instiguei a Morte para os Apóstolos assassinar, e por suas mortes eu de suas investidas escapar.

Mas fui duramente atingido: o Apóstolo que matei em Índia subjugou-me em Edessa; aqui e lá ele está em sua plenitude.

Lá fui eu, e lá estava ele: aqui e lá para minha aflição o encontrei.

A tradição mantida pela igreja de Edessa que afirma ser Tomé o Apóstolo da Índia gerou inúmeras fábulas também atribuídas a Santo efreu, copiadas em códices dos séculos VIII e IX.

 Referências nas fábulas preservam a crença de que os ossos de Tomé foram trazidos da Índia a Edessa por um mercador, e que as relíquias operam milagres tanto em Índia quanto em Edessa.

 Um pontífice determinou o dia dedicado ao santo e um templo a ele foi erguido.

As tradições tomasianas ganharam corpo na liturgia siríaca.
Durante o século IV, o memorial erguido no suposto local do martírio de Tomé atraiu peregrinos a Edessa, para a veneração de seus restos.

Nos anos de 380 d.C., Santa Egeria descreveu sua visita ao local em carta enviada à sua irmandade (Itineraria Egeriae):
Nós chegamos em Edessa em nome de Cristo nosso Senhor, e, em nossa chegada, dirigimo-nos diretamente à igreja e memorial de São Tomé.

Lá, conforme os costumes locais, orações foram feitas e outras coisas costumeiras aos lugares santos; nós também lemos algo relevante a São Tomé em si.

A igreja de lá é muito grande, muito bonita e recém-construída, merecedora de ser a casa do Senhor, e como havia muito que eu desejava ver, foi-me necessário lá permanecer por três dias.

Índia




Cristãos indianos venerando as relíquia de São Tomé em seu Túmulo na Índia, em Kerala

Eusébio de Cesareia cita Orígenes como quem afirma ter sido Tomé o apóstolo dos partos, mas Tomé é mais conhecido como missionário na Índia por meio dos Atos de Tomé, escrito em torno do ano 200 d.C.

As várias denominações da moderna da Igreja oriental dos Cristãos de São Tomé atribuem suas origens à sua tradição oral, datada de fins do século II, que alega ter Tomé chegado a Maliankara, próxima à vila de Moothakunnam, na região de Paravoor Thaluk, em 52 d.C.

Esse vilarejo está localizado a 5 km de Kodungallur, no Estado indiano de Kerala, e contém as igrejas dedicadas a São Tomé popularmente conhecidas como Ezharappallikal (Sete igrejas e meia).

 Essas igrejas estão em Cranganor, Coulão, Niranam, Nilackal (Chayal), Kokkamangalam, Kottakkayal (Paravoor), Palayoor (Chattukulangara) e Thiruvithamkode – a meia-igreja.

América

Durante os primeiros séculos da colonização na América, vicejou-se a lenda de que São Tomé teria miraculosamente vindo ao novo continente e estabelecido contato com os indígenas.

Novamente, como "prova" da passagem do santo, diversos sinais tidos como pegadas seriam atribuídos a Tomé.

Basicamente, a figura da mitologia indígena Sumé (um homem branco que teria visitado em tempos pré-colombianos) foi identificada e fundida com São Tomé.
Segundo Sérgio Buarque de Holanda, em seu Visões do Paraíso, essa seria uma das poucas crenças relacionadas à América cuja origem se dá entre os portugueses, ao passo que os espanhóis teriam mitificado a América com a edenização, criando diversas lendas para "corroborar" essa ideia, como a terra das amazonas e a fonte da juventude (Juventia).

Para o autor, isso denotaria o caráter religioso da missão portuguesa e o caráter civilizatório da espanhola.

Ainda segundo Holanda, a suposta falta de mitos relacionados à nova terra entre a população portuguesa denotaria sua falta de interesse pela América, mais interessada em extrair recursos das costas e concentrar esforços em benfeitorias mais lucrativas, na Índia e na África.